Economia da Zona do Euro surpreende ao estagnar no último trimestre de 2024, pressionando o BCE a cortar juros e reacendendo temores de recessão
A economia da Zona do Euro surpreendeu ao estagnar no quarto trimestre, aumentando a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para reduzir as taxas de juros de forma mais agressiva. O crescimento zero no período contrasta com a expectativa de expansão de 0,1% projetada por economistas consultados pela Reuters e com o crescimento de 0,4% registrado no terceiro trimestre.
Dados divulgados pela Eurostat nesta quinta-feira (30) mostram que, em 2024, a economia da Zona do Euro cresceu 0,7%. Segundo o Financial Times, os números chegam horas antes de o BCE anunciar um corte esperado de 0,25 ponto percentual em sua taxa básica de juros, que deve cair para 2,75%, o menor patamar desde o início de 2023.
“As perspectivas econômicas da região são piores do que a maioria imagina”, afirmou Jack Allen-Reynolds, da Capital Economics. “Esperamos que isso leve o BCE a cortar as taxas de juros mais este ano do que o mercado prevê.”
A estagnação também evidencia os desafios enfrentados pela região, especialmente com a Alemanha, maior economia da Zona do Euro, lutando contra uma forte desaceleração na indústria. O PIB alemão encolheu 0,2% nos últimos três meses de 2024, enquanto a economia da França surpreendeu ao recuar 0,1%. Já a Itália registrou crescimento zero.
Após a divulgação dos dados, operadores aumentaram as apostas de que o BCE cortará as taxas de juros quatro vezes este ano, segundo o mercado de swaps. O euro, que vem enfraquecendo nos últimos meses devido à divergência entre as políticas monetárias dos EUA e da Europa, teve pouca variação, ficando em US$ 1,041.
O cenário desolador da Zona do Euro contrasta com o dos Estados Unidos, onde o FMI prevê um crescimento de 2,7% este ano, próximo ao ritmo de 2024. Nesta quarta-feira (29), o Federal Reserve (Fed) manteve as taxas de juros inalteradas.
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