Nesta segunda-feira, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Vladimir Putin, da Rússia, mantiveram uma conversa por telefone.
De acordo com o governo russo, os líderes abordaram temas como a “chegada ao poder do novo governo americano”, em referência ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. No entanto, a nota oficial divulgada pelo Palácio do Planalto não mencionou esse assunto, focando-se em questões relacionadas ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
Segundo o comunicado russo, Lula e Putin trocaram visões sobre a situação global. O Planalto, por sua vez, destacou que o presidente brasileiro expressou preocupação com o cenário internacional e reafirmou o compromisso do Brasil com a promoção da paz.
“Lula expressou preocupação com o cenário internacional e reafirmou o compromisso do Brasil com a promoção da paz”, afirmou a nota oficial.
O presidente russo também agradeceu o papel do Brasil no Grupo de Amigos da Paz, iniciativa lançada em conjunto com a China na Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2023, com o objetivo de buscar uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia.
A conversa ocorre poucos dias após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, criticar o Brasil durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, afirmando que o país teria “perdido a oportunidade” de atuar como mediador no conflito.
Outro tema discutido foi o convite formal para que Lula participe das comemorações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, que ocorrerão em Moscou no dia 9 de maio.
O presidente brasileiro indicou que pretende comparecer ao evento, reforçando o papel diplomático do Brasil em fóruns e celebrações internacionais.
A ligação entre os dois líderes ocorre em um momento de tensões geopolíticas globais, com a guerra na Ucrânia completando quase dois anos e as relações internacionais marcadas por polarizações. O diálogo evidencia o esforço do Brasil em manter uma postura equilibrada, priorizando a mediação de conflitos e a promoção da paz.
O governo brasileiro tem buscado ampliar sua atuação em cenários de mediação internacional, como demonstrado pela participação no Grupo de Amigos da Paz e pela disposição de Lula em participar de eventos globais, como a celebração em Moscou. Apesar das críticas recentes de Zelensky, o Brasil continua a se posicionar como um ator relevante em discussões sobre resolução de conflitos.
A conversa entre Lula e Putin também ocorre em um contexto de mudanças no cenário político global, com a expectativa do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Embora o tema tenha sido mencionado pelo governo russo, o Planalto optou por não incluí-lo em sua nota oficial, mantendo o foco nas questões relacionadas à Ucrânia e à promoção da paz.
A postura do Brasil em relação ao conflito na Ucrânia tem sido marcada por uma abordagem diplomática, com ênfase na busca por soluções negociadas. No entanto, as críticas de Zelensky e a complexidade do cenário internacional colocam desafios para a atuação do país como mediador.
A participação de Lula no evento em Moscou, em maio, poderá ser um indicativo do papel que o Brasil pretende desempenhar nas discussões sobre segurança global nos próximos meses.
A ligação entre os dois presidentes reforça a importância do diálogo entre nações em um momento de incertezas e tensões. Enquanto a Rússia busca fortalecer suas relações com países como o Brasil, o governo brasileiro mantém sua estratégia de atuação multilateral, buscando equilibrar suas parcerias e reforçar seu papel como defensor da paz e da estabilidade internacional.