De um lado, a exigência de que o FED abaixe os juros. De outro, a barganha para que a OPEP reduza o preço do barril de petróleo.
Isso vindo do presidente de um país reconhecido pelo seu “liberalismo econômico” e pela sua aversão à “mão pesada” do Estado.
Por aqui, Lula não pode nem opinar sobre o Banco Central, que dirá enviar um comando. Parece um escândalo qualquer influência sob o BC, que precisa ser autônomo por ser técnico (menos do mercado privado, claro).
A realidade das ações de Trump desmascara esse discurso tecnocrata e escancara, na prática, o óbvio: o presidente precisa ter influência sobre as variáveis macroeconômicas que impactam todo o país.
Agora, a hipocrisia é ainda maior com o pedido para a OPEP. Trump não é presidente do mundo, mas, mesmo assim, vão aceitar a interferência dele sobre um bloco que produz 26 milhões de barris de petróleo por dia.
Isso é quase dez vezes mais do que o Brasil produz. Ainda assim, por aqui, economistas de direita querem argumentar que Lula não pode interferir na Petrobrás, que é uma empresa estatal.
Na verdade, Trump faz o que Biden fez e o que todos os presidentes devem fazer: trabalhar na dinâmica real da economia para que os resultados dela funcionem de acordo com o planejamento do governo.
Aqui no Brasil, não pode ser diferente. O governo precisa voltar a ter mais poder de decisão e investimento, e o mercado privado precisa dar transparência aos seus processos, para que eles sirvam, de fato, à população que sustenta sua existência.
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