Inflação sobe em janeiro impulsionada pela alta no preço da comida

Paloma Vargas / SVM

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) apresentou uma elevação de 0,11% em janeiro, marcando uma desaceleração em relação à alta de 0,34% registrada no mês anterior, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado veio contra as expectativas de economistas, que previam uma queda de 0,03% na comparação mensal e uma elevação de 4,36% em termos anuais.

Entre os grupos avaliados, Alimentação e Bebidas e Transportes se destacaram com as maiores contribuições positivas. Alimentação e Bebidas avançou 1,06%, adicionando 0,23 ponto percentual ao índice. Já Transportes cresceu 1,01%, com impacto de 0,21 ponto percentual.

Contrariamente, o grupo Habitação exibiu uma retração significativa de 3,43%, contribuindo negativamente com 0,52 ponto percentual, o que ajudou a moderar a inflação do período.

No detalhamento anual, o IPCA-15 acumula uma alta de 4,50%, situando-se abaixo do incremento de 4,71% observado nos doze meses imediatamente anteriores.

O relatório do IBGE indica que oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram resultados positivos no mês de janeiro.

No segmento de Alimentação, destaque para a variação de 1,10% na alimentação no domicílio, impulsionada principalmente pelos aumentos nos preços do tomate, com expressiva alta de 17,12%, e do café moído, que subiu 7,07%. Em contrapartida, a batata-inglesa e o leite longa vida registraram quedas significativas de 14,16% e 2,81%, respectivamente.

A alimentação fora do domicílio também mostrou desaceleração, passando de 1,23% em dezembro para 0,93% em janeiro. As variações foram menores tanto para lanches quanto para refeições em relação ao mês anterior.

Em Transportes, além do aumento geral, as passagens aéreas tiveram elevação de 10,25%, representando o maior impacto individual do mês no grupo. Os combustíveis também registraram incrementos, com destaque para o etanol (1,56%), óleo diesel (1,10%), gás veicular (1,04%) e gasolina (0,53%).

Em relação aos transportes urbanos, o índice foi misto. Enquanto algumas cidades como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador e Recife registraram aumentos nas tarifas de ônibus urbanos, São Paulo e Curitiba apresentaram reduções, influenciadas por gratuidades em feriados e outras medidas locais.

O IBGE também reportou ajustes nos preços de táxis e no transporte público sobre trilhos em algumas metrópoles, refletindo os reajustes tarifários e políticas públicas temporárias implementadas no período.

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