O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não realizará intervenções diretas nos preços dos alimentos.
A confirmação veio por meio do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, durante uma coletiva no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 23, onde se encontrou com representantes dos ministérios da Agricultura, Fazenda e Casa Civil.
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, essa posição reflete o compromisso do governo com estratégias de longo prazo para a redução dos custos alimentares.
A discussão sobre possíveis intervenções nos preços iniciou após declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, em uma entrevista ao programa “Bom Dia, Ministro”, da EBC. Costa sugeriu a implementação de um “conjunto de intervenções” que poderiam impactar os preços dos alimentos, levantando preocupações sobre possíveis medidas de controle ou tabelamento de preços.
Paulo Teixeira esclareceu que houve um “equívoco de comunicação” nas palavras de Rui Costa, afirmando que a ideia de intervir nos preços foi prontamente descartada pelo governo.
“O presidente já afastou qualquer possibilidade de intervenção nisso. A Casa Civil já esclareceu”, disse Teixeira, reiterando que as estratégias para combater a alta dos preços ainda estão sendo estudadas.
A reunião não contou com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas teve a participação de Guilherme Mello, secretário de Política Econômica, representando a pasta.
O encontro destacou a importância que o tema adquiriu após uma cobrança por mais empenho na questão, feita pelo presidente Lula em uma reunião ministerial na segunda-feira, 20.
Além dos preços dos alimentos, outra controvérsia enfrentada pelo governo foi a proposta de flexibilizar as regras de prazo de validade dos alimentos, sugerida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e ainda em análise. A ideia foi criticada nas redes sociais, e Rui Costa negou categoricamente essa possibilidade.
Rui Costa também enfatizou que o governo está focado em reduzir os custos de produção e distribuição dos alimentos, considerando sugestões de produtores e redes de supermercados. “Vamos implementar algumas medidas ainda no primeiro bimestre”, assegurou Costa, indicando que o governo explorará desonerações em setores estratégicos da cadeia produtiva, ao invés de intervir diretamente nos preços.