Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, foi formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por seu papel nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
A acusação, que inclui tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 15 de novembro pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
De acordo com a denúncia, Léo Índio teve um papel ativo no “planejamento, incitação e execução” dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília.
O procurador Gonet detalhou que o acusado manteve comunicações frequentes com outros participantes dos atos golpistas e incitou publicamente, de forma reiterada, a prática de atos antidemocráticos.
Além disso, Léo Índio esteve presente e participou dos atos violentos ocorridos na Praça dos Três Poderes.
As evidências coletadas incluem várias publicações feitas por Léo Índio, inclusive mensagens via WhatsApp onde ele sugeria atos de violência e questionava sobre a invasão do Congresso Nacional. Tais publicações foram usadas pela Procuradoria como demonstração da disposição do acusado em incitar a insurgência.
A PGR também mencionou o envolvimento de Léo Índio em manifestações organizadas em acampamentos em frente a quartéis do Exército, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.
O denunciado teria permanecido acampado em frente ao Quartel-General em Brasília até 9 de janeiro, “incitando, publicamente, a animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais”.
Além disso, Léo Índio participava de grupos de WhatsApp com conteúdos antidemocráticos, compartilhando mensagens que promoviam a desinformação e a intervenção militar. Estas atividades, segundo a PGR, contribuíram para as tentativas de subverter o resultado das eleições.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, já solicitou que a defesa de Léo Índio se manifeste sobre as acusações. O espaço para defesa permanece aberto, apesar da reportagem não ter localizado os advogados para comentários.
Antes da denúncia, a Procuradoria havia solicitado o bloqueio de R$ 26,6 milhões em bens de Léo Índio e outros envolvidos nos atos, como medida para reparar os danos causados ao patrimônio público. Léo Índio foi alvo de duas etapas da Operação Lesa Pátria, que resultaram na apreensão de seu celular e passaporte.