China e Rússia avançam no ártico para desenvolver Nova Rota da Seda no gelo

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Em meio às críticas e propostas polêmicas do ex-presidente Donald Trump sobre a Groenlândia, a China tem adotado uma postura silenciosa, mas estratégica, no Ártico.

Enquanto os Estados Unidos focam em uma possível expansão territorial no território dinamarquês, a China, com o apoio da Rússia, tem desenvolvido uma nova Rota da Seda marítima no Oceano Ártico, com um impacto potencial significativo nas dinâmicas geopolíticas da região.

Em 22 de dezembro de 2024, Donald Trump fez um post em sua conta no X (antigo Twitter) afirmando que a posse e o controle da Groenlândia eram essenciais para a segurança nacional dos Estados Unidos e para garantir a “liberdade em todo o mundo”.

Mais tarde, em 7 de janeiro, o ex-presidente reiterou sua posição, afirmando que não descartaria o uso de força militar ou econômica para garantir o controle sobre o território autônomo dinamarquês.

A ideia de Trump de adquirir a Groenlândia por motivos estratégicos não é nova. Em agosto de 2019, durante seu primeiro mandato, ele sugeriu a compra da ilha, gerando reações negativas, especialmente da primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen, que afirmou que a Groenlândia não estava à venda.

O ex-presidente dos EUA reagiu, chamando as declarações de Frederiksen de “desagradáveis”. Naquele momento, o mundo ainda não havia sido afetado pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, e as relações entre a China e a União Europeia estavam em uma fase relativamente estável.

Enquanto os Estados Unidos ainda discutem as possibilidades de intervenção na Groenlândia, a China tem se movimentado estrategicamente no Ártico. Em janeiro de 2018, o governo chinês publicou a “Política Ártica da China”, um plano que detalha suas intenções de utilizar os recursos do Ártico de maneira “legal e racional”.

O documento enfatiza a participação da China no desenvolvimento das rotas de navegação do Ártico e a exploração de recursos naturais, como petróleo, gás, minerais e recursos pesqueiros. Além disso, a política também prevê o envolvimento chinês no setor turístico da região.

A posição geográfica da China, descrita pelo próprio governo como “Estado Quase Ártico”, é destacada como uma vantagem estratégica para as atividades da nação na região.

A China, que é uma das nações mais próximas do Círculo Polar Ártico, considera o Ártico um território relevante tanto para suas ambições econômicas quanto geopolíticas.

A China tem uma longa história de envolvimento com o Ártico. Desde 1925, quando se juntou ao Tratado de Spitsbergen (Svalbard), o país tem expandido sua presença na região, ganhando experiência e aprofundando sua cooperação com outros países e entidades envolvidas nas questões árticas.

Nos últimos anos, o país tem buscado uma maior participação nas discussões sobre a governança da região, com ênfase em recursos naturais e novos caminhos de navegação, impulsionados pelo aquecimento global e pelo derretimento das calotas polares.

Além disso, a Rússia tem sido uma parceira chave para a China nesse projeto de expansão no Ártico. Juntas, as duas nações estão investindo na construção de infraestrutura e no desenvolvimento de novas rotas comerciais que conectam o Ártico à Ásia e à Europa, promovendo um estreitamento de laços entre os dois países.

O projeto tem o potencial de alterar significativamente o equilíbrio de poder na região, desafiando a influência dos Estados Unidos e da União Europeia.

Enquanto isso, a proposta de Trump sobre a Groenlândia continua a gerar controvérsia, especialmente devido às implicações políticas e militares envolvidas.

A ideia de um controle estratégico sobre a ilha foi amplamente criticada na época, mas com o avanço das disputas globais, incluindo a crescente competição por recursos no Ártico, a discussão sobre o papel dos Estados Unidos na região continua relevante.

A China, por sua vez, tem seguido sua própria agenda, focando no desenvolvimento econômico e na construção de sua presença no Ártico, sem as mesmas controvérsias diplomáticas que envolveram as tentativas de Trump de adquirir a Groenlândia.

O envolvimento contínuo da China e da Rússia no Ártico é uma tentativa clara de reconfigurar a dinâmica geopolítica da região, destacando a crescente importância do Ártico não apenas como uma área de recursos naturais, mas também como um ponto estratégico no comércio global.

Em resumo, enquanto a disputa sobre a Groenlândia continua a ser um tópico de debate nos Estados Unidos, a China, em parceria com a Rússia, segue consolidando sua influência no Ártico, o que poderá resultar em uma mudança nas relações internacionais e nas estratégias de desenvolvimento da região.

Com informações do Asia Times

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