Trump desafia o mundo e retira os EUA da OMS novamente

Trump faz segunda tentativa para sair da OMS / Stefan Wermuth / Bloomberg

Trump assina ordem para retirar os EUA da OMS, ameaçando cortar 19% do orçamento global da entidade enquanto questiona a influência chinesa e busca reformas


O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva instruindo os EUA a se retirarem da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma decisão que cortaria uma das maiores fontes de financiamento do grupo internacional de assistência e resposta a doenças.

A ordem, que foi uma das várias ações executivas assinadas por Trump na segunda-feira no Salão Oval, afirma que a “OMS continua a exigir pagamentos injustamente onerosos dos Estados Unidos, muito desproporcionais em relação às contribuições avaliadas de outros países”, segundo o site da Casa Branca.

“A Organização Mundial da Saúde nos enganou,” disse Trump na segunda-feira. “Todo mundo engana os Estados Unidos. Isso não vai mais acontecer.”

A OMS, com sede em Genebra, desempenha um papel crucial no combate às ameaças globais à saúde, com foco em doenças infecciosas, crises humanitárias e condições crônicas de saúde, como câncer e doenças cardíacas. Uma saída dos EUA poderia deixá-la com falta de financiamento crítico. Durante o ciclo orçamentário de 2024-25, as contribuições dos EUA somaram US$ 662 milhões, ou 19% da receita total da agência, de acordo com a OMS.

No final de seu primeiro mandato, Trump tentou retirar os EUA da organização internacional de saúde, alegando que ela era excessivamente condescendente com o governo chinês nos primeiros dias do surto de coronavírus e não agiu rapidamente o suficiente para conter a doença. A medida foi amplamente criticada tanto por defensores da saúde quanto por legisladores democratas, que a consideraram uma manobra política destinada a transferir a culpa pela resposta desastrosa da administração à pandemia.

A ordem também determina que a futura transferência de quaisquer fundos, apoios ou recursos do governo dos EUA para a OMS seja suspensa, e que o diretor do Escritório da Casa Branca de Política de Preparação e Resposta a Pandemias “deve revisar, revogar e substituir a Estratégia de Segurança Global de Saúde dos EUA de 2024 assim que for praticável”.

Quando se tornou membro da OMS em 1948, os EUA decidiram que uma retirada seria precedida por um aviso prévio de um ano e pelo pagamento integral das obrigações financeiras. O presidente Joe Biden reverteu a tentativa de Trump ao assumir o cargo em janeiro de 2021, antes que o período de aviso expirasse.

Ainda não está claro se o presidente americano tem autoridade para sair da OMS sem aprovação do Congresso, segundo um relatório de 2020 do Serviço de Pesquisa do Congresso. No entanto, as chances de o Congresso, controlado pelos republicanos, bloquear o movimento de Trump parecem pequenas.

Uma saída dos EUA representaria um golpe severo para a agência, que desempenhou um papel fundamental na erradicação da varíola em todo o mundo e continua a combater doenças contagiosas, como HIV e poliomielite. Atualmente, a OMS está respondendo a emergências de saúde, incluindo surtos de cólera, dengue, mpox e vírus de Marburg.

Com informações de Bloomberg*

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