Marina critica primeiras ações de Trump e aponta desafios climáticos

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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se manifestou com preocupação sobre as primeiras declarações e decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após sua posse, na última segunda-feira.

Para a ministra, os anúncios de Trump confirmam os “prognósticos mais pessimistas” sobre os desafios que o mundo enfrentará sob sua nova administração.

Em nota divulgada, Marina Silva afirmou que as atitudes iniciais de Trump são incompatíveis com os esforços globais em favor da transição energética e do combate às mudanças climáticas.

“Seus primeiros anúncios vão na contramão da defesa da transição energética, do combate às mudanças climáticas e da valorização de fontes renováveis na produção de energia”, destacou a ministra.

Um dos principais pontos de crítica de Marina Silva foi o posicionamento de Trump em relação ao Green New Deal, um pacote de ações criado no governo de Joe Biden para enfrentar as mudanças climáticas e promover o uso de energias renováveis.

Trump anunciou sua intenção de encerrar o Green New Deal, o que foi interpretado por Marina como uma medida retrocedente no enfrentamento da crise climática.

A ministra também se manifestou contra a promessa do presidente republicano de revitalizar a indústria automotiva dos Estados Unidos com foco em combustíveis fósseis.

Para Marina, essa proposta contraria a tendência de avanço das energias limpas e coloca em risco o progresso já alcançado na redução das emissões de gases de efeito estufa.

“Resta trabalhar para que a governança climática, hoje mais madura e robusta do que no primeiro governo Trump, crie anteparos para evitar avanços da força gravitacional negacionista, que já inflaciona decisões políticas e empresariais na direção oposta de compromissos firmados anteriormente”, escreveu a ministra, referindo-se aos desafios de fortalecer os compromissos climáticos em um cenário internacional incerto.

Durante seu discurso de posse, Trump abordou uma série de temas polêmicos e fez declarações que ampliaram ainda mais as tensões políticas internas.

O presidente afirmou que pretende mudar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”, uma proposta que gerou reações diversas nos Estados Unidos e no exterior.

Trump também prometeu acabar com o que chamou de “política governamental de tentar fazer a engenharia social com a questão de gênero em qualquer aspecto da vida pública ou privada”. Esse anúncio fez parte de seu compromisso em reverter diversas políticas progressistas implementadas por administrações anteriores.

O presidente republicano se referiu ainda a um episódio pessoal, afirmando que sua vida foi salva por Deus após uma tentativa de assassinato ocorrida em um comício na Pensilvânia no verão anterior.

“Minha vida foi salva por um motivo. Fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente”, declarou Trump, em uma referência à sua recuperação após o atentado.

Ao falar sobre os “desafios” que o país enfrentará, Trump mencionou uma “crise de confiança” com o governo e criticou a gestão atual. Ele também se mostrou determinado a retomar o controle sobre temas como imigração, segurança e justiça.

Em seu discurso, o presidente garantiu que sua administração trabalharia para “reconquistar a soberania” dos Estados Unidos e restaurar a segurança interna.

Trump também enfatizou a importância de restabelecer a posição de liderança do país no cenário internacional, prometendo que os Estados Unidos seriam novamente “respeitados” no mundo.

“Desse dia em diante, o nosso país irá florescer e ser respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações e não vamos permitir que tirem vantagem de nós”, afirmou.

As declarações e promessas feitas por Trump refletem seu compromisso com uma agenda nacionalista e conservadora, com foco em questões como segurança, imigração e soberania.

Contudo, a postura do presidente gera preocupações no cenário internacional, especialmente em relação à continuidade de políticas ambientais e climáticas que buscam reduzir os impactos das mudanças climáticas.

Enquanto isso, no Brasil, a ministra Marina Silva segue atenta às decisões que possam afetar o combate às mudanças climáticas e os esforços de preservação ambiental em nível global.

A expectativa agora é de que a governança climática internacional, mais robusta e amadurecida desde o primeiro mandato de Trump, seja capaz de resistir aos retrocessos e garantir a continuidade dos avanços em sustentabilidade e transição energética.

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