A China interrompeu as exportações de germânio e gálio para os Estados Unidos, causando um impacto imediato no comércio bilateral.
Esta medida é vista como uma possível estratégia de Pequim para ganhar vantagem nas negociações tarifárias com o governo do presidente eleito Donald Trump, conforme reportagem da SCMP.
Dados alfandegários revelados na segunda-feira indicam que, além do germânio e gálio, a China também cessou as exportações de antimônio, tanto em formas trabalhadas quanto não trabalhadas, a partir de outubro. O antimônio é crucial para o setor militar, e os Estados Unidos são o principal destinatário deste metal.
Apesar da interrupção recente, as exportações chinesas de antimônio para os EUA cresceram 20,98% em volume ao longo dos primeiros nove meses de 2024, alcançando 379.720 kg (837.139 libras). O valor dessas exportações também viu um aumento significativo de 108,87%, totalizando US$ 7,44 milhões.
Ellie Saklatvala, chefe de preços de metais não ferrosos na Argus Media, comentou sobre o risco de a China expandir suas restrições à exportação de materiais críticos.
Em novembro, Pequim já havia implementado regulamentações sobre o controle de exportação de itens de dupla utilização, que podem afetar uma ampla gama de produtos dependendo da aplicação dessas restrições.
Saklatvala ressaltou a complexidade do desafio para os EUA em reduzir a dependência de minerais críticos importados da China.
“No curto prazo, será muito difícil para os EUA reduzir significativamente sua dependência da China para minerais críticos – geralmente leva muitos anos e enormes investimentos para desenvolver novas fontes de suprimento”, afirmou.
Ela também sugeriu que a situação poderia oferecer alguma vantagem para a China nas negociações comerciais com os EUA, embora previsse que os EUA não cederiam facilmente. A questão permanece altamente complexa, destacando as intrincadas dinâmicas de poder nas relações comerciais e políticas internacionais.
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