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Argentina registra menor importação em 4 anos e mídia vende como “saldo recorde”

Eu acompanho manipulações da grande mídia há muitos anos, e mesmo assim continuo me impressionando. Aconteceu agora com essa ridícula fake news da imprensa farialimer sobre o “saldo recorde da Argentina”, de US$ 19 bilhões. Vamos lá. A Folha deu a seguinte manchete. Onde está a fake news? Bem, a Folha não é Revista Oeste […]

6 comentários
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Presidente da Argentina, Javier Milei, se encontra com bilionário Elon Musk nos EUA • Presidência Argentina

Eu acompanho manipulações da grande mídia há muitos anos, e mesmo assim continuo me impressionando. Aconteceu agora com essa ridícula fake news da imprensa farialimer sobre o “saldo recorde da Argentina”, de US$ 19 bilhões.

Vamos lá. A Folha deu a seguinte manchete.

Onde está a fake news?

Bem, a Folha não é Revista Oeste ou influencer bolsonarista. Suas fake news são evidentemente mais elaboradas.

O saldo comercial de um país é calculado pelas exportações menos importações.

A mentira aqui é simplesmente esconder que o saldo aconteceu porque as importações argentinas em 2024 registraram um tombo enorme sobre o ano anterior! Na verdade, foi o pior nível de importações em 4 anos.

As importações argentinas caíram 17% em 2024 para US$ 61 bilhões.

O que é, naturalmente, mais um sinal da deterioração do poder de compra da população argentina.

Mas não pára por aí.

A exportação argentina totalizou US$ 80 bilhões,  o que também não é nenhum recorde. O valor até corresponde a uma alta sobre o ano anterior, mas é 10% menor do que em 2022, e muito parecido com o valor atingido em 2021.

Por que a Folha, nem nenhum dos influenciers neoliberais, deram essa informação?

A razão não poderia pior: enganar o leitor, para que ele pense que esses não números positivos. Não são. Ter um saldo comercial com base numa queda dramática do poder de compra da população não é, definitivamente, uma notícia que deve ser interpretada como uma grande conquista econômica de um novo governo.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Paulo

21/01/2025 - 10h33

A verdade sobre o governo Milei só se verá com o passar dos anos. Por enquanto, é tudo torcida…De um lado, e de outro…

Carlos

21/01/2025 - 09h38

Para aqueles que quiserem ler uma opinião diferente da ideologia deste jornalista, é claro que o poder de compra se deteriorou, visto que para reduzir a inflação foi criada uma desvalorização artificial de 54% do peso no início de seu governo com o objetivo claro de tentar igualar o câmbio oficial com o paralelo. Soma-se a isso o corte imenso no serviço público, e a rigidez orçamentária para não permitir mais emissão de moeda, o que tirou a liquidez da economia argentina, com o objetivo de controlar a inflação. Esta solução leva a inevitavelmente uma recessão no início, visto que estavam acostumados a sempre existir mais pesos em circulação, porém se olhar os dados dos últimos 6 meses, eles já mostram uma clara estabilização e melhoras dos índices de inflação, que está em 2% ao mês em relação a mais de 10% no governo anterior, e pobreza, que foi de 40% para 60% no primeiro mês do governo Milei e recuou novamente para 40% após um ano, embora ainda seja cedo para avaliar se o resultado irá continuar. Daqui a 3 anos, teremos a conclusão desta experiência, até lá, críticas ou elogíos ainda são uma forma de torcida. Lembrando que o problema da Argentina era extremamente sério, como o nosso de 1994 (ou talvez pior pela falta de reservas em dólar), e que qualquer solução para a estabilização econômica seria extremamente dificil. Além disso, os dados de 2022 para exportações levam em conta o boom das commodities pós pandemia, onde a soja e o petróleo atingiram os valores máximos, o que ajuda a balança comercial da Argentina e também do Brasil.

Ewerton Siqueira

21/01/2025 - 08h42

O superavit da Argentina é explicável da seguinte forma: Uma família que gastava x por mês e agora x – quer dizer que economizei ou passamos fome?

Ricardo Oliveira

21/01/2025 - 08h03

A mídia corporativa presta um papel fundamental na manutenção da dependência dos países ao sistema financeiro internacional portanto sempre vão elogiar qualquer ação para manter as coisas como são, nenhum país será soberano se submetendo a essa chantagem, a população manipulada serve aos interesses da elite, o mundo inteiro trabalha para manter o padrão de vida dos ricos, uma escravidão disfarçada e agora com o desenvolvimento das redes tudo fica mais fácil, no Brasil 1 trilhão por ano para pagar os juros de uma dívida já paga e ela será eterna e seus vassalos recebem regiamente pelos serviços prestados, e vai piorar.

Fanta

21/01/2025 - 07h33

Ao contrário do Brasil a inflação Argentina está diminuindo e o peso se valorizou nos último ano…por tanto o poder de compra aumentou.

É claro que a situação Argentina depois de duas décadas de peronismo era dramática e continuará sendo, ninguém se e salva de 20 anos de socialismo.

Já o poder de compra do brasileiro é cada dia menor devido ao descontrole da inflação, dos juros e do dólar.

https://www.poder360.com.br/poder-economia/salario-minimo-em-dolar-e-metade-do-que-foi-com-dilma/?fbclid=IwY2xjawH6IvZleHRuA2FlbQIxMQABHaJkVooqmE8oPotaD1EpEq2IG5jD2KOU6HIgyAipG0qDbPyHQ0LBq6Fvkg_aem_dGR-QsalqUmJldr9Ckpi8A

Tony

21/01/2025 - 07h26

Chora não Miguel do Rosário…


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