A controvérsia sobre a norma da Receita Federal para monitorar transações financeiras, incluindo o uso do Pix, intensificou-se após a oposição, sob a coordenação de Duda Lima, marqueteiro de Jair Bolsonaro em 2022, mobilizar uma campanha nas redes sociais.
Conforme reportado pelo jornal O Globo, Lima organizou a resposta da oposição junto com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, culminando na nomeação do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) como porta-voz das críticas.
Ferreira, em um vídeo que alcançou mais de 100 milhões de visualizações, sugeriu que o governo poderia futuramente implementar taxas no Pix, apesar de a norma não incluir essa previsão.
O vídeo enfatizou as possíveis repercussões negativas para trabalhadores informais e de baixa renda, incitando temores sobre impactos na declaração do Imposto de Renda.
Essa estratégia digital foi pensada para ampliar a insatisfação popular, principalmente nas redes sociais onde Ferreira possui significativa influência.
A repercussão adversa da medida provocou uma reação imediata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que convocou uma reunião emergencial no Palácio do Planalto, resultando na revogação da normativa.
Duda Lima, embora atuando sem contrato formal com o PL, segue como consultor informal, focando em reforçar a imagem de Bolsonaro como líder da direita e limitar o surgimento de potenciais concorrentes para a presidência em 2026.
Do lado do governo, Sidônio Palmeira, atual ministro da Secretaria de Comunicação Social e ex-responsável pela comunicação na campanha de Lula em 2022, tem enfrentado desafios significativos para combater a desinformação.
Palmeira expressou preocupação com as narrativas falsas que circulam online, destacando os riscos que tais mentiras representam para a sociedade.
Após a revogação da norma, parlamentares alinhados a Bolsonaro expressaram satisfação. André Fernandes (PL-CE) e Gustavo Gayer (PL-GO) fizeram declarações ressaltando o poder das redes sociais em influenciar políticas governamentais, vendo a resposta popular como um sinal de fraqueza do governo.
Essa situação sublinha a crescente dependência e influência das estratégias digitais nas decisões políticas, mostrando como a oposição pode usar efetivamente as redes sociais para mobilizar apoio público e pressionar o governo.