Em 2024, o genocídio israelense em Gaza, com apoio dos EUA, devastou vidas e respondeu por quase 40% das mortes e mutilações de civis em todo o mundo
De acordo com um novo relatório do monitor de conflitos Action on Armed Violence (AOAV), sediado no Reino Unido, Israel foi identificado como “o maior causador de danos a civis em 2024”, sendo responsável por 55% de “todas as baixas civis causadas por armas explosivas” em todo o mundo.
O AOAV também observou um aumento de 67% nas baixas civis resultantes da “violência explosiva” desde o início do genocídio israelense contra palestinos em Gaza.
“O relatório atribui 33.910 mortes e ferimentos relatados às ações de Israel, principalmente em Gaza, Líbano e Síria. Isso também representa um aumento de 139% nos danos a civis causados por Israel em comparação a 2023, quando foi responsável por 39% das baixas civis globais”, afirma um comunicado de imprensa do AOAV.
Até 15 de janeiro, o Ministério da Saúde de Gaza documentou pelo menos 46.707 mortes de palestinos, com mais de 110.265 feridos. No entanto, um estudo científico publicado recentemente pela revista The Lancet revelou que o número de mortes no genocídio israelense foi “subestimado” em 41% durante os primeiros nove meses.
“Estimamos 64.260 mortes devido a ferimentos traumáticos durante o período do estudo, sugerindo que o Ministério da Saúde Palestino subnotificou a mortalidade em 41%”, afirma o estudo, acrescentando que cerca de 60% dos mortos eram mulheres, crianças e idosos.
A revista médica relatou em junho do ano passado que o número de mortes em Gaza poderia variar entre 149.000 e 598.000 — levando em consideração mortes diretas e indiretas.
“A escalada das operações terrestres militares de Israel e os ataques a instalações de saúde interromperam gravemente a capacidade destas de registrar óbitos de forma eletrônica. Isso pode ter levado a relatos incompletos e geograficamente enviesados, como visto em outras zonas de conflito onde guerras prolongadas complicam o rastreamento de vítimas.”
O relatório de terça-feira do AOAV também revela que as baixas civis resultantes do uso de armas explosivas aumentaram 1.145% em comparação com 10 anos atrás. “Os incidentes de violência explosiva como um todo aumentaram 260% em relação a 2014, refletindo uma escalada global no uso dessas armas em zonas de conflito”, afirma o monitor de conflitos.
No início desta semana, o popular programa de notícias da televisão americana, 60 Minutes da CBS News, exibiu um relatório intitulado “Across the now-decimated Gaza Strip, America’s mark is everywhere” (“Por toda a agora devastada Faixa de Gaza, a marca da América está em todo lugar”), mostrando imagens filmadas em maio de cartuchos de munição fabricados nos EUA espalhados pela região.
O relatório incluiu uma entrevista com a ex-diplomata dos EUA Hala Rharrit, que relatou ter sido instruída por seus superiores no Departamento de Estado a não divulgar ou mostrar imagens de crianças massacradas. Pouco tempo depois, foi informada de que seus relatórios sobre o genocídio EUA-Israel em Gaza não eram mais necessários.
Israel enfrenta acusações no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) de cometer genocídio contra palestinos em Gaza, em um caso apoiado por mais de uma dúzia de países. Altos líderes israelenses também enfrentam mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por uso de fome como arma de guerra.
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