Netanyahu “não é nada senão obsessivo, e ele ainda está tentando nos fazer lutar contra o Irã hoje, esta semana”, diz o professor da Columbia Jeffrey Sachs em palestra
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, compartilhou um vídeo online mostrando um acadêmico criticando o que ele chamou de esforços “obsessivos” do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu para envolver os EUA na guerra com o Irã.
O vídeo mostra Jeffrey Sachs, da Universidade de Columbia, examinando os motivos por trás da invasão do Iraque pelos EUA em 2003. Sachs alega que o impulso para a guerra surgiu da estratégia de longa data de Netanyahu – que serviu pela primeira vez como premiê israelense em 1996-1999 – para desmantelar regimes que apoiavam grupos como o Hamas palestino e o Hezbollah libanês.
“De onde veio essa guerra? Sabe de uma coisa? É bem surpreendente. Essa guerra veio de Netanyahu, na verdade”, disse Sachs, um economista.
“Netanyahu tinha, de 1995 em diante, a teoria de que a única maneira de nos livrarmos do Hamas e do Hezbollah seria derrubando os governos que os apoiam. Iraque, Síria e Irã. E o cara não é nada além de obsessivo, e ele ainda está tentando nos fazer lutar contra o Irã hoje, esta semana”, disse ele, chamando o líder israelense de “profundo e obscuro filho da puta”.
“Ele nos colocou em guerras sem fim e, por causa do poder de tudo isso na política dos EUA, ele conseguiu o que queria, mas aquela guerra foi totalmente falsa”, acrescentou Sachs, talvez se referindo às alegações refutadas de “armas de destruição em massa” que o então presidente George W. Bush usou para justificar a guerra.
Sachs também afirmou que, em 2011, o então presidente dos EUA, Barack Obama, instruiu a CIA a derrubar o governo sírio.
A postagem foi feita na véspera do retorno de Trump à Casa Branca em 20 de janeiro e em meio aos contínuos ataques devastadores de Israel à Palestina, que desde outubro de 2023 mataram mais de 46.000 pessoas e reduziram grande parte da Faixa de Gaza a escombros.
Em declarações à Anadolu em novembro passado, Sachs disse que Trump poderia se beneficiar da “excelência em diplomacia” da Turquia ao lidar com guerras no Oriente Médio e na Ucrânia.
Antes da eleição de Trump em 5 de novembro, que o enviou de volta à Casa Branca para um segundo mandato, fontes próximas a Netanyahu disseram que ele era a favor de um segundo mandato presidencial para Trump em vez de seu rival do Partido Democrata.
Durante o primeiro mandato de Trump, ele e Netanyahu teriam tido um bom relacionamento — com Trump tomando medidas pró-Israel, como transferir a Embaixada dos EUA para Jerusalém — mas, segundo relatos, não sem algumas tensões e desentendimentos.
Com informações de Agências de Notícias*