China desenvolve gerador de plasma de alta potência, impulsionando a pesquisa para o “sol artificial” e avanços em energia limpa, abrindo portas para colaboração internacional
Um gerador de plasma linear atingiu as especificações de design, tornando a China o segundo país do mundo, depois dos Países Baixos, a desenvolver um gerador de plasma de alta potência, anunciaram nesta terça-feira (14) os Institutos de Ciências Físicas de Hefei, sob a Academia Chinesa de Ciências.
Este dispositivo de ponta fornece uma ferramenta vital para o desenvolvimento de materiais-chave para o “sol artificial”, uma instalação de fusão projetada para aproveitar a energia limpa e sustentável.
O dispositivo, denominado Superconducting Plasma Wall Interaction Linear Device (SWORD), possui um design simplificado inspirado na Chixiao, uma espada lendária da China antiga.
Ele mede 15,5 metros de comprimento e pesa aproximadamente 22,5 toneladas. É capaz de gerar uma extraordinária quantidade de 10²⁴ partículas por metro quadrado por segundo e pode operar continuamente por mais de 24 horas.
Um painel de especialistas liderado por Ye Minyou, professor da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, avaliou o desempenho do SWORD nesta terça-feira, concluindo que o dispositivo atendeu às especificações de design.
Isso permite a realização de testes rigorosos de materiais que enfrentam plasma, essenciais para dispositivos de fusão, que visam replicar o processo de fusão nuclear do sol, usando substâncias abundantes da água do mar para gerar energia limpa.
Desde meados do século 20, cientistas têm se dedicado ao estudo de dispositivos experimentais para fusão nuclear controlada. Esses grandes dispositivos científicos, conhecidos como “sóis artificiais”, possuem mecanismos de reação de fusão nuclear semelhantes aos encontrados no sol.
No entanto, um dos maiores desafios no desenvolvimento desses dispositivos está na criação de materiais resistentes que possam suportar o bombardeio de partículas de plasma intensas nas paredes do reator.
“Para que o ‘sol artificial’ gere eletricidade continuamente por períodos prolongados, é crucial desenvolver materiais capazes de suportar as condições extremas dentro do reator. Isso requer um ambiente experimental altamente avançado para testar materiais que enfrentam o plasma”, disse Zhou Haishan, pesquisador no Instituto Avançado de Estudos de Física com Plasmas (ASIPP), dos Institutos de Ciências Físicas de Hefei. O ASIPP também abriga o EAST (Tokamak Supercondutor Experimental Avançado), o dispositivo de fusão insignia da China, que estabeleceu vários recordes mundiais em pesquisas de energia de fusão nuclear.
Zhou observou que a equipe levou mais de cinco anos para superar desafios técnicos significativos no desenvolvimento do SWORD.
De acordo com Zhou, o sucesso no desenvolvimento do SWORD está pronto para apoiar a pesquisa sobre os reatores de fusão experimental de próxima geração da China. O dispositivo também estará disponível para colaboração internacional.
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