O enigma do militar israelense que fugiu do Brasil

Sob decisão judicial, soldado acusado foge do Brasil em segredo / Reprodução

Acusado de crimes de guerra em Gaza, soldado israelense, alvo de investigação no Brasil, embarca às pressas para a Argentina com apoio da embaixada de Israel em Brasília


Um soldado israelense que estava de férias no Brasil, investigado por ordem de uma juíza brasileira sob suspeita de crimes de guerra contra civis palestinos na Faixa de Gaza, deixou o território brasileiro rumo à Argentina, conforme noticiado pela imprensa local, com base em informações fornecidas pelo governo de Israel.

O soldado em questão, Yuval Vagdani, de 21 anos, estava aproveitando as praias de Morro de São Paulo, na Bahia, quando foi alvo de uma solicitação de investigação por parte da juíza Raquel Soares Charelli. A magistrada determinou que a Polícia Federal conduzisse a apuração.

A justificativa para a ação é que o Brasil é signatário de tratados internacionais que permitem investigar crimes de guerra, mesmo que tenham ocorrido fora de suas fronteiras.

Relatos indicam que Vagdani embarcou em um voo comercial partindo de Salvador, capital da Bahia, com destino a Buenos Aires, na Argentina, no último sábado ou domingo.

Conforme divulgado pela mídia brasileira, o Ministério das Relações Exteriores de Israel informou, em comunicado, que sua embaixada em Brasília prestou assistência ao soldado para assegurar sua “saída rápida e segura” do país.

A denúncia contra o militar foi apresentada em dezembro, quando foi detectada sua presença no Brasil, por advogados contratados pela Fundação Hind Rajab (HRF, na sigla em inglês), uma organização belga que atua internacionalmente na denúncia de crimes contra a humanidade, crimes de guerra e violações de direitos humanos relacionados à Palestina.

A petição alega que o soldado teria participado da destruição de um quarteirão residencial em Gaza, em dezembro, utilizando explosivos fora de situações de combate, no contexto de uma campanha sistemática “de destruição” liderada pelo 432º Batalhão das Brigadas Givati, na Faixa de Gaza.

“Esses atos fazem parte de um esforço mais amplo para impor condições de vida insuportáveis aos civis palestinos, o que constitui genocídio e crimes contra a humanidade segundo o direito internacional”, declarou a HRF.

Conforme apuração do site da revista Carta Capital, ao ser procurado para comentar o caso, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não se manifestou, recomendando que as perguntas fossem direcionadas ao Ministério da Justiça, uma vez que se trata de uma “investigação judicial”.

Com informações de Xinhua*

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