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André Roncaglia: A verdade que Bolsonaro não consegue aceitar

A “mentira” da menor taxa histórica de desemprego (6,1%) no Brasil é a verdade que Bolsonaro não consegue aceitar: o sucesso do governo Lula na geração de empregos: são 3,5 milhões de empregos formais em 2 anos Estudo fresquinho do IPEA ajuda a entender o mau humor. Os dados da PNAD Contínua e do Novo […]

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A "mentira" da menor taxa histórica de desemprego (6,1%) no Brasil é a verdade que Bolsonaro não consegue aceitar / Reprodução

A “mentira” da menor taxa histórica de desemprego (6,1%) no Brasil é a verdade que Bolsonaro não consegue aceitar: o sucesso do governo Lula na geração de empregos: são 3,5 milhões de empregos formais em 2 anos


Estudo fresquinho do IPEA ajuda a entender o mau humor. Os dados da PNAD Contínua e do Novo Caged mostram que o crescimento da população ocupada (102,8 milhões de pessoas) é o principal responsável pelo recuo da taxa de desocupação.

Até outubro deste ano, a economia brasileira gerou 2,1 milhões de novas vagas com carteira assinada, aumento de 18,6% em relação ao observado no mesmo período de 2023 (1,8 milhão). O estoque de trabalhadores formais chegou a 47,6 milhões em out/24, alta de 3,9% (interanual).

Na relação entre empregos informais e formais, nota-se que o governo Lula tem tido mais sucesso em fomentar o emprego formal do que seu antecessor. O gráfico mostra que o emprego informal puxou a saída da pandemia, sustentados com o pacote fiscal eleitoreiro em 2022.

Em mercado de trabalho aquecido, os rendimentos médios reais efetivos subiram 5,6% (interanual) nos últimos meses e chegaram a R$ 3.311.

Maior ocupação e crescimento da renda aceleram a massa salarial real efetiva (variação de 9,0% na comparação interanual). Gráf vai até Set.

45% saíram da força de trabalho por cuidados domésticos e por questões de saúde. 17% para estudar ou em vias de iniciar o emprego já obtido. 38% de quem fora da força de trabalho não esperarem encontrar emprego (desalentados) indica a baixa qualidade do emprego na nossa economia.

Dado preocupante é que 86% das pessoas que estão fora da força de trabalho não retornariam ao mercado mesmo se recebessem uma oferta de trabalho. Este é um problema estrutural do nosso mercado de trabalho: precarização e níveis baixos de remuneração, devido à alta informalidade.

Mesmo assim, a taxa de subocupação (trabalhar menos horas do que se está disposto) caiu pela metade desde o pico da pandemia e o desalento vem caindo também.

Vale lutar pela formalização do trabalho: a desigualdade de rendimentos é a menor (linha azul), quando comparada às modalidades sem carteira e, claro, dentro do setor público, como temos visto na discussão sobre os supersalários do judiciário e de outros setores do funcionalismo.

Por fim, ao chamar de mentira uma metodologia consagrada – ainda que imperfeita – de coleta de dados de emprego, Bolsonaro desqualifica as parcas conquistas de seu próprio governo na área do emprego.

Texto por André Roncaglia, via X. Fontes dos gráficos: Ipea*
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