Vendas de Natal em 2024 superam expectativas do mercado apesar da sabotagem dos juros

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As vendas de Natal deste ano superaram as projeções do mercado, refletindo um aquecimento da economia brasileira mesmo diante de um cenário de juros elevados, segundo pesquisas divulgadas por diferentes instituições financeiras e de mercado.

Conforme dados da Neotrust Confi, o comércio eletrônico brasileiro registrou um movimento de R$ 26 bilhões entre 1º e 25 de dezembro, marcando um crescimento de 20,6% em relação ao mesmo período de 2023.

O número de transações alcançou 82,1 milhões, um aumento de 22,2%, embora o valor médio por compra tenha apresentado uma leve queda de 1,3%, fixando-se em cerca de R$ 317.

Bruno Pati, CEO do E-Commerce Brasil, comentou que o desempenho das vendas na Black Friday já indicava um possível aquecimento para o período natalino.

“Apesar dos desafios econômicos, o fim do ano beneficiou-se do avanço da economia,” explicou Pati, que também apontou incertezas no cenário macroeconômico para 2025, considerando a política fiscal e a possível escalada de juros.

O estudo revelou ainda mudanças no perfil de consumo. Itens de esporte e lazer lideraram o crescimento com uma expressiva alta de 76,4%, seguidos por produtos para casa e construção, que aumentaram 74,4%. A categoria de produtos de saúde cresceu 57%, e a de eletrônicos, 26%.

De acordo com o Itaú Unibanco, que incluiu também dados de vendas em lojas físicas, houve um crescimento de 12,3% na semana anterior ao Natal comparado ao mesmo período do ano anterior. Restaurantes e bares registraram o maior aumento, com 26,2%, e o setor de turismo e hotéis também apresentou bons resultados, com crescimentos de 16%.

Os dados do Índice Cielo mostraram um aumento mais modesto nas vendas, de 3,4% em lojas físicas e 2,9% no comércio eletrônico. A análise sugere que a migração de parte das compras para a Black Friday e o maior endividamento das famílias ao longo do ano podem ter influenciado esses resultados.

As previsões para o impacto da elevação dos juros pelo Banco Central, em resposta ao aumento da inflação, só devem ser mais perceptíveis no consumo em 2025. Dentro deste contexto, ainda se observou um crescimento de 11,6% nas vendas de eletrodomésticos e de 5,1% em telefonia.

Com informações do Valor

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