Kiev nomeia militar russo, acusado de ordenar ataque a hotel em Kramatorsk, que matou conselheiro da Reuters e feriu dois jornalistas
A Ucrânia disse nesta sexta-feira (20) que o coronel-general Alexei Kim, vice-chefe do Estado-Maior da Rússia, ordenou um ataque com mísseis a um hotel no leste da Ucrânia em agosto, que matou o conselheiro de segurança da Reuters, Ryan Evans, e feriu dois jornalistas da agência.
Uma declaração publicada pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) no Telegram disse que Kim autorizou o ataque ao Hotel Sapphire em Kramatorsk em 24 de agosto.
O tribunal disse que o nomeou à revelia como suspeito oficial, um passo em qualquer processo criminal ucraniano contra um indivíduo que pode posteriormente levar a acusações.
“Foi Kim quem assinou a diretiva e deu a ordem de combate para atirar no hotel, onde apenas civis estavam hospedados”, disse.
Não houve comentário imediato do Ministério da Defesa da Rússia, que não respondeu a solicitações anteriores de comentários sobre o ataque. A agência de notícias também não recebeu resposta a mensagens para o celular de Kim solicitando comentários sobre a declaração do SBU.
Em resposta a perguntas da Reuters, o SBU se recusou a compartilhar uma cópia da diretiva assinada por Kim, ou fornecer mais evidências para apoiar suas alegações. A agência de notícias não pôde confirmá-las de forma independente.
“Para realizar o ataque, o coronel-general russo envolveu uma de suas unidades de forças de mísseis subordinadas”, disse a agência ucraniana, acrescentando que o ataque foi realizado com um míssil balístico Iskander-M.
O SBU não identificou a unidade específica.
A declaração deles disse que Kim foi nomeado suspeito sob dois artigos do código penal ucraniano: travar uma guerra agressiva e violar as leis e costumes da guerra.
A Reuters disse: “Tomamos nota das notícias de hoje dos serviços de segurança ucranianos sobre o ataque com mísseis em 24 de agosto de 2024, no Hotel Sapphire em Kramatorsk, um alvo civil a mais de 20 km do território ocupado pela Rússia.”
“O ataque teve consequências devastadoras, matando nosso consultor de segurança, Ryan Evans, e ferindo membros de nossa equipe editorial. Continuamos buscando mais informações sobre o ataque. É extremamente importante que jornalistas possam reportar livremente e com segurança”, disse a declaração.
Evans, um ex-soldado britânico de 38 anos que trabalhava como consultor de segurança para a Reuters desde 2022, morreu instantaneamente no ataque.
Ivan Lyubysh-Kirdey, um cinegrafista da agência de notícias que estava em uma sala do outro lado do corredor, ficou gravemente ferido. O correspondente de texto baseado em Kiev, Dan Peleschuk, também ficou ferido.
Os três membros restantes da equipe da Reuters escaparam com pequenos cortes e arranhões.
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