Mísseis hipersônicos da Rússia atinge capital da Ucrânia

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Rússia ataca Kiev com mísseis em retaliação; Putin desafia EUA e Zelenski busca apoio europeu enquanto Trump promete fim da guerra


A Rússia cumpriu sua promessa de retaliar os recentes ataques com mísseis americanos e britânicos em seu território, lançando uma série de ataques contra Kiev nesta sexta-feira (20). Pelo menos oito mísseis balísticos, incluindo alguns hipersônicos, foram utilizados. O ataque matou pelo menos uma pessoa e deixou a capital ucraniana em um estado de alerta elevado.

Na véspera, Vladimir Putin havia desafiado os Estados Unidos a proteger Kiev com seus sistemas de defesa antiaérea contra o novo míssil balístico Orechnik, em um “duelo tecnológico”. O Orechnik, projetado para conflitos nucleares, foi usado apenas uma vez em combate, em novembro, contra Dnipro.

Capaz de transportar ogivas múltiplas e atingir velocidades acima de 13 mil km/h, ele é considerado difícil de interceptar. No entanto, neste ataque, segundo autoridades de Kiev, cinco dos oito mísseis foram abatidos. Entre eles estavam o Iskander-M, de curto alcance, e o hipersônico Kinjal, mas a proporção exata de cada modelo não foi revelada.

O Ministério da Defesa russo afirmou que os alvos incluíam fábricas de mísseis e edifícios do SBU, serviço secreto ucraniano, que recentemente executou um ataque com um “patinete-bomba” em Moscou.

Apesar disso, a justificativa pública da Rússia para o ataque mencionou como retaliação o uso de mísseis americanos ATACMS e britânicos Storm Shadow contra a região de Rostov.

Além de causar mortes e feridos, o bombardeio em Kiev deixou 630 edifícios sem energia elétrica e aquecimento, de acordo com Sergii Popko, chefe da administração militar da cidade.

O ataque, ocorrido às 7h (horário local), também danificou uma igreja histórica e o prédio da Embaixada de Portugal, cujo governo emitiu um protesto formal. Em outras regiões, como Kherson e Krivii Rih, também ocorreram ataques, resultando em mais mortes e feridos.

Enquanto isso, Volodymyr Zelenski, em Bruxelas, classificou o desafio de Putin como “insano” e acusou o líder russo de ser “apenas um canalha”.

Enfrentando reveses no campo de batalha, incluindo a perda de mais duas localidades na região de Donetsk, Zelenski busca apoio europeu para enviar tropas à Ucrânia.

Essa medida, segundo ele, poderia ajudar a congelar o conflito, mesmo que temporariamente ceda os 20% do território atualmente ocupados pela Rússia.

Putin, por outro lado, mantém uma posição firme nas negociações, exigindo não apenas ganhos territoriais, mas também a neutralidade militar da Ucrânia. Zelenski chegou a propor uma adesão parcial à Otan, mas a aliança militar preferiu evitar um confronto direto com a Rússia.

Com a posse de Donald Trump se aproximando, o cenário político ganha outra camada de complexidade.

O ex-presidente, crítico da autorização de Joe Biden para ataques ucranianos em solo russo, prometeu acabar com a guerra rapidamente, embora detalhes de seu plano ainda não tenham sido divulgados.

Enquanto isso, líderes europeus debatem a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia, com a França apoiando a ideia, mas sem consenso dentro da União Europeia.

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