O fechamento do espaço aéreo russo, uma consequência das sanções ocidentais devido ao conflito na Ucrânia, tem imposto desafios significativos para as transportadoras europeias em seus voos para a Ásia.
Este redirecionamento de rotas resulta em maior consumo de combustível e aumento nos custos operacionais, conforme relatado pelo Politico Europe.
As sanções ocidentais, que incluíram o fechamento do espaço aéreo para companhias aéreas russas, provocaram uma retaliação por parte de Moscou.
Aeronaves de países considerados hostis pela Rússia foram banidas de seu espaço aéreo, forçando alterações nas rotas habituais das companhias europeias. Este cenário elevou os custos operacionais e prolongou a duração dos voos entre a Europa e a Ásia.
Willie Walsh, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), destacou que as dificuldades enfrentadas pelas transportadoras europeias não se relacionam com questões de segurança ou proteção, mas são reflexos de uma política mais ampla. De acordo com ele, as companhias aéreas europeias são “vítimas da política”.
Transportadoras como Lufthansa, British Airways e LOT da Polônia foram forçadas a suspender algumas de suas rotas para a Ásia.
Paralelamente, companhias aéreas chinesas e outras não europeias aproveitaram a situação para aumentar seus voos diretos entre os dois continentes, uma vez que não são afetadas pelas sanções.
Aletta von Massenbach, CEO do aeroporto de Berlim, expressou preocupação com a desvantagem competitiva imposta às transportadoras europeias, citando como exemplo a diferença nas rotas entre Berlim e Pequim operadas por companhias alemãs e chinesas.
Uma pesquisa do Centro Aeroespacial Alemão evidenciou o impacto dessas mudanças, revelando um aumento no tempo de viagem e nos custos operacionais, resultando em tarifas aéreas mais altas. O voo Helsinque-Pequim da Finnair, por exemplo, agora inclui quase quatro horas adicionais de viagem.
Marjan Rintel, CEO da Royal Dutch Airlines (KLM), defendeu que a União Europeia deve adotar medidas financeiras para equilibrar a competição com as companhias aéreas chinesas, que continuam a utilizar o espaço aéreo russo sem restrições.
A Comissão Europeia prometeu revisar a questão competitiva nas rotas internacionais. Enquanto isso, o setor aéreo permanece cético quanto à eficácia das medidas que serão adotadas por Bruxelas.
As companhias aéreas chinesas, como a China Eastern Airlines e a China Southern Airlines, têm expandido sua presença na Europa.
A China Eastern anunciou o aumento de sua capacidade para 19 rotas e 244 viagens semanais de ida e volta no último verão, enquanto a Air China opera 32 rotas com 53 voos diários, ultrapassando os níveis de 2019 em 116%.
Willie Walsh expressou esperança de que o fim do conflito na Ucrânia possa levar a uma normalização das operações. “Talvez isso seja uma ilusão, mas imagino que seja isso que todos querem ver”, concluiu.
Com informações da RT
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!