BC eleva projeção de crescimento econômico para 2024 e alerta sobre risco de inflação alta

AGÊNCIA BRASIL

O Banco Central do Brasil ajustou suas previsões para a economia do país em 2024, elevando a estimativa de crescimento para 3,5%, um aumento em relação aos 3,2% projetados em setembro, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação publicado nesta quinta-feira.

Esta revisão posiciona a expectativa do Banco Central acima da projeção de 3,3% do Ministério da Fazenda para o mesmo período. A pesquisa Focus mais recente do mercado financeiro prevê um crescimento de 3,42%.

O relatório também apontou para um crescimento projetado de 2,1% em 2025, ligeiramente acima da estimativa anterior de 2,0%.

A revisão das projeções para cima foi influenciada por um arrefecimento econômico menos intenso do que o esperado em 2023, juntamente com um consumo familiar robusto, investimentos sólidos e um mercado de trabalho dinâmico.

No entanto, o Banco Central adverte que, apesar das projeções otimistas de crescimento, espera-se uma desaceleração da atividade econômica nos próximos anos devido a fatores como um aperto mais significativo na política monetária e expectativas de um menor estímulo fiscal.

Em relação à inflação, o relatório do Banco Central traz preocupações significativas. A instituição agora vê quase uma certeza de que a inflação ultrapassará o limite superior do intervalo de tolerância da meta de inflação para este ano, estimando essa probabilidade em cerca de 100%, um salto considerável em relação à previsão anterior de 36%.

Para 2025, a probabilidade de exceder o teto da meta de inflação dobrou, passando de 28% para 50%, e para 2026, essa chance aumentou de 19% para 26%.

A meta de inflação do Banco Central permanece em 3% para este e os próximos anos, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Em novembro, o IPCA subiu 0,39%, resultando em uma taxa acumulada de 12 meses de 4,87%. Para que a inflação anual se mantenha em 4,5%, o IPCA de dezembro não deve ultrapassar 0,20%.

O aumento observado no IPCA foi atribuído a uma pressão inesperada nos preços dos alimentos, somada ao aquecimento da atividade econômica e à acentuada depreciação do câmbio. O Banco Central também notou que as surpresas inflacionárias recentes e a revisão das projeções de curto prazo contribuíram para uma perspectiva mais negativa para os preços no futuro.

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