Geir Pederson se encontrou com Abu Mohammad al-Julani, um terrorista designado pela ONU com uma recompensa de US$ 10 milhões por sua captura, em Damasco, para discutir o futuro da Síria
O Enviado Especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, se encontrou com Ahmad al-Sharaa, líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), e Mohammad al-Bashir, chefe do governo interino da Síria, em Damasco, nesta segunda-feira (16).
Em uma declaração, o Escritório do Enviado Especial da ONU para a Síria anunciou: “O Enviado Especial, Sr. Geir Pedersen, está em Damasco. Ele se encontrou até agora com o Sr. Ahmad al-Sharaa, líder da nova administração, e o Sr. Mohammad al-Bashir, chefe do governo interino.”
Sharaa, anteriormente conhecido como o líder da Al-Qaeda síria Abu Mohammad al-Julani, um terrorista designado pela ONU, assumiu o controle da Síria em 8 de dezembro após uma ofensiva relâmpago de duas semanas lançada por seus militantes do reduto do HTS em Idlib no final de novembro.
O Enviado da ONU enfatizou “a necessidade de uma transição política inclusiva e credível, liderada e assumida pelos sírios, com base nos princípios da Resolução 2254 (2015) do Conselho de Segurança da ONU”.
Pederson foi informado sobre os desafios e prioridades que o país enfrenta e reafirmou o compromisso da ONU em fornecer toda a assistência possível ao povo sírio.
O enviado especial destacou a necessidade urgente de entrega de ajuda humanitária à Síria, que continua sofrendo com as brutais sanções econômicas impostas ao país pelos EUA durante sua guerra secreta para derrubar o governo de Bashar al-Assad, iniciada em 2011.
“Pedimos a entrega imediata de assistência humanitária ao povo sírio, que suportou imenso sofrimento na última década devido ao regime anterior e aos conflitos internos prolongados”, disse o comunicado.
“E então, é claro, há toda a questão sobre a recuperação econômica”, observou Pederson em uma entrevista coletiva após a reunião.
“Precisamos ver que isso seja corrigido rapidamente. Esperamos ver um fim rápido para as sanções, para que possamos ver realmente uma mobilização em torno da reconstrução da Síria novamente”, acrescentou.
Pederson também abordou a necessidade de ver “justiça e responsabilização por crimes. E precisamos garantir que isso passe por um sistema de justiça confiável, e que não vejamos nenhuma vingança.”
O enviado da ONU acrescentou que foi abordado por uma grande variedade de sírios, tanto dentro do país quanto da comunidade internacional, incluindo sírios que vivem no exterior, e enfatizou a presença de uma “comunidade unida por trás da vontade de ajudar e apoiar a Síria”.
Com informações do The Cradle*