Cúpula militar já começa a abandonar Braga Netto após prisão por tentativa de golpe

AGÊNCIA BRASIL

A prisão do general Braga Netto tem gerado desconforto nas Forças Armadas, segundo revelam oficiais-generais em entrevista a Folha. Eles argumentam que os supostos delitos cometidos por Braga Netto ocorreram durante sua atuação política, e não militar.

O descontentamento de Braga Netto com seus colegas do exército já era evidente desde fevereiro, quando foram divulgadas mensagens trocadas entre ele e o capitão reformado Ailton Barros.

Nas mensagens, Braga Netto sugere “oferecer a cabeça” do comandante da força, o general Freire Gomes, aos “leões”, referindo-se a ele de forma pejorativa.

Segundo declarações da atual liderança militar, a prisão de Braga Netto já era uma possibilidade conhecida. Há preocupações de que outros militares de alta patente, como os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, possam enfrentar destino semelhante.

A liderança das Forças Armadas tenta distanciar a instituição das acusações, alegando que os planos golpistas foram conduzidos por militares da reserva, e não representam uma iniciativa institucional das Forças Armadas.

Até o momento, a Polícia Federal indiciou 25 militares, incluindo sete oficiais-generais, por envolvimento no plano golpista. Destes, um, Estevam Theophilo, fazia parte do Alto Comando do Exército durante o final do governo de Jair Bolsonaro, e 12 ainda estavam na ativa quando participaram das ações.

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