China acusa Filipinas de provocar tensões no Mar Meridional com apoio dos EUA, reforçando disputa sobre território e soberania
A China acusou as Filipinas nesta sexta-feira (13) de terem “provocado problemas” no Mar da China Meridional com apoio dos EUA, o que Manila negou, enquanto as tensões entre os dois vizinhos continuam.
“O lado filipino, com apoio e solicitação dos EUA, tem causado problemas em muitos pontos do Mar da China Meridional”, disse Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa da China, em sua conta oficial no WeChat.
“As Filipinas estão cientes de que o escopo de seu território é determinado por uma série de tratados internacionais e nunca incluíram as Ilhas Spratly e Scarborough Shoal da China”, acrescentou.
As Filipinas negaram as alegações da China.
“Tais declarações vindas do Ministério da Defesa são evidências claras de intimidação”, postou Jay Tarriela, porta-voz da Guarda Costeira das Filipinas para o Mar da China Meridional, na plataforma de mídia social X no sábado.
A China, que pretende intimidar o governo filipino para que retire seu apoio aos seus próprios pescadores, está “intensificando sua retórica ao instruir seu ministério da defesa a emitir alertas sobre o uso de contramedidas mais fortes”, acrescentou.
Pequim e Manila se envolveram neste ano em uma série de confrontos em recifes e afloramentos no Mar da China Meridional, que a China reivindica quase em sua totalidade.
Filipinas, Brunei, Malásia, Taiwan e Vietnã também reivindicam partes do mar. Eles estão preocupados que a reivindicação expansiva da China invada suas zonas econômicas exclusivas (ZEE), águas não territoriais que se estendem por 200 milhas náuticas (370 km) das costas das terras de uma nação.
A 7ª Frota da Marinha dos EUA, a maior das frotas avançadas da Marinha dos EUA que opera no Indo-Pacífico, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Autoridades filipinas disseram na semana passada que embarcações da guarda costeira chinesa dispararam canhões de água e atingiram lateralmente um barco do departamento de pesca de Manila que estava a caminho de entregar suprimentos para pescadores filipinos ao redor do Scarborough Shoal, uma ação que atraiu a condenação dos EUA.
A Guarda Costeira da China disse que quatro navios filipinos tentaram entrar em águas que ela descreveu como suas ao redor do Scarborough Shoal, que Pequim chama de Ilha Huangyan.
No início deste mês, a China apresentou cartas náuticas às Nações Unidas que, segundo ela, apoiavam suas reivindicações sobre as águas, que um tribunal internacional de 2016 considerou serem um local de pesca há muito estabelecido para pescadores de muitas nacionalidades.
Após a apresentação dos gráficos, um porta-voz do Conselho Marítimo Nacional das Filipinas disse que as alegações da China eram infundadas e ilegais.
O tribunal de 2016 decidiu que a reivindicação da China não tinha base na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) e que seu bloqueio ao redor do Scarborough Shoal violava o direito internacional.
Pequim nunca reconheceu a decisão.
A soberania sobre o Scarborough Shoal nunca foi estabelecida.
As Filipinas e outros membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático passaram anos negociando um código de conduta com Pequim para a hidrovia estratégica, com algumas nações do bloco insistindo que ele fosse baseado na UNCLOS.
As ZEEs dão à nação costeira jurisdição sobre recursos vivos e não vivos na água e no fundo do oceano.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!