Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será realizada hoje sob a liderança de Roberto Campos Neto e cuja decisão será anunciada às 18h30, espera-se um debate intenso sobre o ajuste da taxa Selic.
Embora as expectativas do mercado, segundo o Boletim Focus, apontem para um aumento de 0,75 ponto percentual, análises da XP Investimentos e do Goldman Sachs indicam a possibilidade de um ajuste mais agressivo, de 1 ponto percentual.
Conforme divulgado pelo Infomoney, a XP Investimentos tem defendido a necessidade de um aperto monetário mais forte, especialmente após a última divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que registrou uma pressão elevada em categorias como serviços e alimentos.
“A conjuntura parece suficientemente aguda para que o Copom opte por um movimento mais intenso, pelo menos em dezembro. A nosso ver, a elevação da taxa Selic em 1,00 p.p. contribuiria para estabilizar os preços dos ativos financeiros – especialmente a taxa de câmbio – e reforçar inequivocamente o compromisso do Copom com inflação baixa”, afirma o relatório da equipe de economia da XP.
Além do ajuste da taxa, a XP ressalta a importância de o Banco Central reforçar o alerta sobre a situação fiscal do país no comunicado que acompanhará a decisão. A mensagem deveria ressaltar a necessidade de políticas fiscais críveis e de um maior compromisso com as medidas recentemente apresentadas.
“O ritmo de elevação de juros já seria suficientemente elevado. Isso evita especulações acerca de movimentos ainda mais intensos em janeiro”, sugerem os analistas da XP.
O Goldman Sachs, por outro lado, justifica a alta de 1 ponto percentual citando o crescimento econômico acima da tendência, o mercado de trabalho aquecido e a intensificação das pressões de preços sobre serviços.
“Embora ainda avaliemos uma probabilidade razoável (40%) de que o banco central acelere para ‘apenas 75 pontos base’, dada a precificação atual do mercado, isso provavelmente seria percebido como uma escolha dovish e uma oportunidade perdida de se antecipar”, explicou o relatório da instituição.
A decisão desta quarta-feira é crucial para medir o compromisso do Banco Central com a estabilização econômica e a contenção das expectativas inflacionárias. A escolha por uma alta de 1 ponto percentual, conforme analisado por XP e Goldman Sachs, não apenas fortaleceria a credibilidade do Copom, mas também abordaria preocupações relacionadas à volatilidade do mercado de câmbio.
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