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Brasil fecha parceria com estatal russa para desenvolvimento de energia nuclear

No começo de dezembro, o Ministério de Minas e Energia do Brasil anunciou uma parceria estratégica com a Rosatom, empresa estatal russa e líder em tecnologia nuclear. A colaboração visa estabelecer um grupo de trabalho para, até o final de 2025, desenvolver um plano para expandir a energia nuclear no Brasil, incluindo a implementação de […]

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No começo de dezembro, o Ministério de Minas e Energia do Brasil anunciou uma parceria estratégica com a Rosatom, empresa estatal russa e líder em tecnologia nuclear.

A colaboração visa estabelecer um grupo de trabalho para, até o final de 2025, desenvolver um plano para expandir a energia nuclear no Brasil, incluindo a implementação de pequenos reatores nucleares modulares (SMRs).

Durante a assinatura do acordo, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a importância da experiência russa para a cooperação entre os dois países.

“Contamos com a experiência da Rosatom para uma cooperação positiva e equilibrada entre empresas brasileiras e russas. Que o nosso objetivo conjunto gere crescimento tecnológico robusto e seguro”, disse Silveira.

O Brasil possui a sétima maior reserva de urânio do mundo e atualmente explora apenas 26% de seu subsolo, possuindo o potencial de se tornar a terceira maior reserva global.

A parceria com a Rosatom é parte do esforço brasileiro para dominar o ciclo de enriquecimento de urânio e diversificar sua matriz energética, que depende principalmente de hidrelétricas e, em menor medida, de termelétricas durante períodos de seca.

Os SMRs são uma inovação liderada pela Rosatom e podem adicionar até 1,1 gigawatt (GW) à matriz energética brasileira até 2035. Isso inclui 0,6 GW de energia onshore, distribuídos em 12 reatores, e 0,5 GW offshore, com dez reatores instalados em plataformas flutuantes.

Inayá Lima, coordenadora do Programa de Engenharia Nuclear do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ), comentou sobre as vantagens dos SMRs. Segundo ela, esses reatores são flexíveis, possuem uma menor pegada de carbono e alta segurança.

“Esses reatores podem ser produzidos em fábricas e instalados em locais menores e mais remotos, atendendo às necessidades específicas do país”, explicou.

Os SMRs são projetados com sistemas passivos de segurança que evitam acidentes graves sem a necessidade de intervenção humana ou energia externa. Esta tecnologia é considerada ideal para regiões distantes, podendo também reduzir os custos de transmissão de energia.

Apesar das oportunidades, a implementação de SMRs no Brasil enfrenta desafios, incluindo a ausência de regulamentação específica e a necessidade de formação de mão de obra especializada.

A Rosatom se comprometeu a colaborar na capacitação técnica e transferência de conhecimento, consolidando a posição do Brasil como um participante importante no setor nuclear global.

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