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Sachs desconstrói mentiras da mídia ocidental contra a China

Por décadas, parte da mídia ocidental previu repetidamente o colapso iminente da economia chinesa. Argumentos como crescimento desacelerado, problemas no setor imobiliário e aumento da dívida têm sido usados para sustentar essas previsões alarmistas. No entanto, a economia chinesa permanece resiliente, destacando-se como uma força global que tirou milhões da pobreza e se consolidou como […]

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Por décadas, parte da mídia ocidental previu repetidamente o colapso iminente da economia chinesa. Argumentos como crescimento desacelerado, problemas no setor imobiliário e aumento da dívida têm sido usados para sustentar essas previsões alarmistas. No entanto, a economia chinesa permanece resiliente, destacando-se como uma força global que tirou milhões da pobreza e se consolidou como a segunda maior economia mundial. No contexto de tais narrativas, o renomado economista Jeffrey Sachs descontrói as falácias desses argumentos em uma entrevista esclarecedora para a CGTN. Este texto explora os principais pontos levantados por Sachs e reflete sobre como eles reposicionam o debate sobre a economia chinesa no cenário global.

Desde os anos 1990, narrativas negativas sobre a economia chinesa têm ganhado espaço no discurso ocidental. Sachs destaca que essas previsões catastróficas não são novidade, mas frequentemente baseadas em retóricas propagandísticas. Ele menciona o famoso artigo “The Myth of the East Asian Miracle”, que utilizou a crise financeira asiática de 1997 como evidência para afirmar que o crescimento econômico da China estava próximo do fim. Décadas depois, a China não apenas refutou essas previsões, como também se tornou líder global em diversas tecnologias avançadas, incluindo energia de baixo carbono, sistemas ferroviários de alta velocidade e tecnologia 5.5G, exemplificando a rápida inovação tecnológica do país.

Sachs é enfático ao apontar que a abordagem da mídia ocidental em relação à China não está fundamentada em análises objetivas, mas em interesses geopolíticos. Segundo ele, o principal “problema” com a economia chinesa não é sua fraqueza, mas sim seu sucesso. Ele ressalta que os Estados Unidos têm adotado políticas deliberadas para desacelerar o crescimento da China, incluindo tarifas impostas desde o governo Trump, banimentos de exportação de tecnologias avançadas, como semicondutores, e campanhas para minar a iniciativa “Belt and Road”.

A comparação com o Japão dos anos 1980, frequentemente usada pela mídia ocidental, também é desmontada por Sachs. Ele explica que o fim do crescimento acelerado japonês foi um resultado direto de políticas americanas que forçaram a valorização do iene e limitaram as exportações japonesas. Sachs argumenta que a China está em uma posição muito mais forte, com alternativas econômicas que não dependem de submissão a pressões externas, além de não estar sob a “proteção” de segurança dos Estados Unidos, como era o caso do Japão.

Outro ponto crucial levantado na entrevista é a ideia de que o modelo econômico chinês está ultrapassado. Sachs refuta essa afirmação, citando a liderança da China em setores estratégicos, como veículos elétricos. Ele destaca que a competição no setor automobilístico chinês tem sido intensa, resultando em avanços tecnológicos significativos e permitindo que o país se posicione como líder mundial em vendas de veículos elétricos. Essa trajetória contrasta com a narrativa de que o governo chinês sufoca o empreendedorismo e inibe a inovação.

Sachs também elogia a estratégia industrial da China, especialmente a iniciativa “Made in China 2025”, que definiu como um dos programas mais bem-sucedidos na história recente. Ele argumenta que essa estratégia gerou temores nos Estados Unidos, que, em resposta, intensificaram medidas para conter o avanço chinês. Essas políticas, segundo Sachs, refletem mais a incapacidade dos EUA de aceitar a ascensão de uma potência econômica concorrente do que uma avaliação realista do desempenho econômico da China.

No entanto, Sachs não ignora os desafios enfrentados pela China. Ele reconhece questões como a demanda interna fraca, dificuldades operacionais das empresas, dívidas locais e taxas de desemprego entre os jovens. Ainda assim, ele enfatiza que muitos desses problemas são exacerbados pelo ambiente externo hostil criado por políticas americanas. A solução, segundo ele, reside na expansão de iniciativas como o “Belt and Road” e no fortalecimento de investimentos públicos em áreas estratégicas, como energia verde e transformação digital.

Sachs também aborda a importância de olhar além de indicadores econômicos superficiais, como taxas de crescimento do PIB, que, segundo ele, não capturam plenamente as inovações tecnológicas e mudanças qualitativas na economia. Ele afirma que a China, como produtora de alta qualidade e baixo custo em áreas tecnológicas cruciais, está bem posicionada para liderar a economia global nas próximas décadas.

O economista critica a insistência do Ocidente em impor sua visão econômica como única correta, apontando que essa abordagem ignora as particularidades e sucessos do modelo chinês. Ele conclui que as narrativas ocidentais sobre o colapso da China são, na verdade, reflexos de um desconforto geopolítico frente à ascensão de um modelo alternativo e bem-sucedido.

Em síntese, Jeffrey Sachs oferece uma análise contundente e bem fundamentada que desconstrói as falácias propagadas pela mídia ocidental. Ele mostra como a economia chinesa, longe de estar em colapso, continua a moldar o cenário global por meio de inovação e estratégias de desenvolvimento robustas. Essa perspectiva não apenas desafia a narrativa predominante, mas também nos convida a reconsiderar como interpretamos os sucessos e desafios de um dos atores mais importantes da economia mundial.

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