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Zelensky pede paz, mas Trump ameaça cortar a ajuda e virar o jogo

Presidente Ucraniano segue perdendo o apoio no Ocidente, enquanto Trump prepara cortes na ajuda e desafia a estratégia ucraniana O líder ucraniano Volodymyr Zelensky disse nesta domingo (8) que Kiev precisa de uma paz “duradoura” para se proteger da Rússia, após conversas em Paris com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que alertou que […]

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Zelensky enfrenta a sombra de Trump e a redução da ajuda / JULIEN DE ROSA / AFP

Presidente Ucraniano segue perdendo o apoio no Ocidente, enquanto Trump prepara cortes na ajuda e desafia a estratégia ucraniana


O líder ucraniano Volodymyr Zelensky disse nesta domingo (8) que Kiev precisa de uma paz “duradoura” para se proteger da Rússia, após conversas em Paris com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que alertou que “provavelmente” reduziria a ajuda à Ucrânia.

Trump havia dito anteriormente que Zelensky estava interessado em um “acordo” e pediu que as negociações começassem.

Os dois se encontraram um dia antes com o líder francês Emmanuel Macron no Palácio do Eliseu.

Trump, em uma entrevista exibida no domingo, mas gravada antes do encontro de sábado, disse que sua administração reduziria a ajuda à Ucrânia, que Washington tem apoiado firmemente desde a invasão russa quase três anos atrás.

“Possivelmente. Sim, provavelmente, claro”, disse Trump à NBC no programa “Meet the Press”.

Trump se gaba de que poderia terminar o conflito rapidamente, sem dizer como. Moscou e Kiev estão se preparando para sua chegada à Casa Branca, enquanto aumentam os ataques mortais nas últimas semanas do conflito prolongado.

O presidente ucraniano, que anteriormente se opunha a qualquer concessão territorial, amenizou sua posição nos últimos meses. Seu exército enfrenta dificuldades na linha de frente e crescem os temores sobre a diminuição da ajuda ocidental.

Zelensky sugeriu a ideia de abrir mão temporariamente das áreas controladas pela Rússia – cerca de um quinto da Ucrânia – em troca de garantias de segurança da OTAN e entregas de armas do Ocidente.

“Eu declarei que precisamos de uma paz justa e duradoura – uma paz que os russos não possam destruir em poucos anos, como fizeram repetidamente no passado”, disse Zelensky nas redes sociais.

Quase três anos de guerra devastaram a Ucrânia, matando milhares e levando milhões a fugir do país.

“Os ucranianos querem a paz mais do que qualquer outra pessoa”, afirmou Zelensky. “Foi a Rússia que trouxe a guerra para nossa terra, e é a Rússia que mais tenta interromper a possibilidade de paz.”

Ele pediu aos aliados ocidentais que não “fechem os olhos para a ocupação” e disse que Kiev só concordaria com um acordo que trouxesse paz duradoura.

“A guerra não pode ser interminável – apenas a paz deve ser permanente e confiável”, afirmou.

Em uma rara admissão sobre os números, Zelensky disse que 43.000 soldados ucranianos foram mortos em combate, enquanto cerca de 370.000 ficaram feridos.

A Rússia não divulgou um número oficial sobre suas perdas, mas o veículo de mídia independente Mediazona e o serviço russo da BBC – trabalhando com dados publicamente disponíveis – estimaram que a Rússia perdeu mais de 82.000 soldados.

Alguns analistas acreditam que os números reais de ambos os lados podem ser ainda mais altos.

‘Condições chave’ discutidas

Zelensky não forneceu detalhes específicos sobre como as negociações poderiam ocorrer, mas um alto funcionário ucraniano disse que discutiram “algumas condições chave” para o fim da guerra.

“Não estamos divulgando os detalhes, mas os presidentes discutiram na reunião que deveria haver algo que garantisse a confiabilidade da paz”, acrescentou a fonte.

O Kremlin, por sua vez, acusou a Ucrânia de “recusar” negociar o fim da guerra. A Rússia afirmou que suas condições para iniciar as negociações de paz – que incluem a Ucrânia abrir mão de quatro regiões – permanecem inalteradas.

“O lado ucraniano se recusou e continua se recusando a negociar”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Ele se referiu a um decreto ucraniano de 2022 que descartava conversas com Putin, mas não com outros oficiais russos.

Trump, mais cedo, havia pedido um “cessar-fogo imediato” e solicitado que as negociações começassem.

“Muitas vidas estão sendo desperdiçadas de forma tão desnecessária, muitas famílias destruídas, e se isso continuar, pode se transformar em algo muito maior e muito pior”, escreveu ele em sua plataforma Truth Social.

Trump disse que tem boas relações com Putin: ‘Por quanto tempo podemos ficar em guerra?’

Enquanto os líderes faziam declarações em Kiev, Moscou e Paris, a situação no terreno, no leste da Ucrânia, continuava dramática.

Moscou afirmou ter capturado outra vila no leste – Blagodatne, na região de Donetsk – no domingo, continuando seus ganhos constantes.

As forças russas estão a apenas alguns quilômetros da cidade oriental de Pokrovsk.

Muitos na Ucrânia temem que a posse de Trump possa forçar o país a fazer concessões dolorosas à Rússia, enquanto a nação também sofre com a exaustão.

Na vila de Osynovo, na região de Kharkiv, a notícia do encontro entre Trump e Zelensky trouxe alguma esperança a um dos últimos moradores da vila na linha de frente, Mykola Lytvynov.

Limpando a terra dos vegetais no seu quintal, o homem de 80 anos disse que esperava que o encontro pudesse ajudar a levar a um fim negociado do conflito.

“Por quanto tempo podemos ficar em guerra? Tantas pessoas foram mortas, tantos jovens. E você vê o nível massivo de destruição”, disse ele à AFP.

Ele sugeriu que a Ucrânia poderia ter mantido mais território se já tivesse iniciado negociações com a Rússia, mas disse que esperava um fim para os combates por uma razão pessoal.

“Ambos os meus filhos estão lutando. Eu só quero que eles sobrevivam.”

A Ucrânia também informou que dois civis foram mortos na região de Donetsk e um homem de 73 anos em uma vila na região sul de Kherson.

Kyiv disse que outras sete pessoas ficaram feridas em ataques em outras vilas da região de Kherson.

Com informações da AFP*

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