China pode driblar as sanções dos EUA e conquistar a guerra dos chips?

Empresas chinesas têm carta na manga contra as sanções dos EUA / Reprodução / SCMP

Apenas 35% dos equipamentos de semicondutores na China são locais, mas Pequim promete reação às duras sanções dos EUA. O que vem agora?


O desenvolvimento de semicondutores na China enfrenta mais obstáculos depois que Washington introduziu novas medidas que restringem a exportação de 24 tipos de equipamentos para fabricação de chips para o país e adicionou 140 entidades domésticas relacionadas a chips à lista negra comercial dos EUA, de acordo com analistas.

Após a China ter decidido proibir a exportação de vários minerais raros para os EUA, Pequim pode intensificar as medidas retaliatórias restringindo a exportação de produtos químicos e realizando análises de segurança de algumas empresas americanas, alertam os analistas.

“As últimas restrições dos EUA certamente vão sufocar o desenvolvimento dos semicondutores da China, o que resultará em uma escassez de suprimentos no curto prazo”, disse Chen Li, analista da consultoria de políticas públicas Anbound, baseada em Pequim, acrescentando que a escassez deve se amenizar em três a cinco anos.

Chen estimou que apenas 35% dos equipamentos para fabricação de semicondutores atualmente usados na China são fabricados localmente, mas isso pode chegar a 50% no próximo ano.

Um funcionário manuseia dispositivos de energia semicondutores em uma empresa de manufatura em Fuzhou / Foto: VCG via Getty Images

As últimas restrições afetam 24 tipos de equipamentos para gravação, limpeza de wafers, implantação de íons, inspeção e metrologia – áreas nas quais a China continua amplamente dependente de importações. A memória de alta largura de banda, um componente vital para chips de inteligência artificial (IA), também foi alvo.

“As novas restrições de exportação visam principalmente os chips de nó avançado usados em IA, computação de alto desempenho e telecomunicações 5G”, disse Zhang Junya, analista sênior da LeadLeo, especializada em tecnologia, mídia e telecomunicações. “No campo dos chips de nó avançado, é difícil para a China substituir completamente a tecnologia dos EUA no curto prazo”, acrescentou.

Com informações de South China Morning Post*

Rhyan de Meira: Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira
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