Enquanto as tensões aumentam, especialistas em Xangai evitam polêmica e apostam na ‘cooperação global’ — o que isso revela sobre a guerra dos chips?
Delegados em uma conferência chinesa de semicondutores em Xangai pediram por “cooperação global”, enviando uma mensagem conciliatória em um momento em que Washington e Pequim intensificam a guerra dos chips.
No Global Semiconductor Market Summit, realizado na quinta-feira, um dos primeiros grandes encontros da indústria de chips da China desde que a administração Biden impôs novas restrições de exportação, os palestrantes evitaram, em grande parte, comentar sobre a questão, preferindo destacar o valor da “cooperação global”.
Yang Songqiang, secretário-geral adjunto da Associação Mundial de Circuitos Integrados (WICA), um grupo recém-formado que organizou o evento, afirmou que, nas circunstâncias atuais, “é mais importante do que nunca” continuar a cooperação global na indústria de semicondutores.
Ouyang Zhongcan, acadêmico da Academia Chinesa de Ciências, uma das principais agências de pesquisa do estado, disse que as “fricções comerciais” causaram sérias interrupções na indústria de chips.
“Essas mudanças no ambiente de negócios não apenas aumentam os custos operacionais para as empresas, mas também dificultam a comunicação e a colaboração”, afirmou Ouyang.
Outro acadêmico, Wu Hanming, da Academia Chinesa de Engenharia, afirmou que ainda é importante construir “um ecossistema inclusivo, aberto e mutuamente benéfico” para a indústria global de chips.
Wang Xiangdong, presidente da Hefei Kaiyue Semiconductor, que está desenvolvendo alternativas domésticas para sistemas de litografia, disse que um dos principais gargalos para a China é a falta de acesso a máquinas avançadas de litografia, em particular a litografia ultravioleta extrema (EUV) do fornecedor holandês ASML e os sistemas de Argônio Fluoreto (ArF), devido aos controles de exportação dos EUA.
Com informações do South China Morning Post*