Uma pesquisa recente conduzida pelo Projeto Brief, em parceria com a plataforma Swayable e divulgada pela jornalista Mônica Bergamo da Folha de S. Paulo, mostra que 70% da população brasileira apoia a proposta de acabar com a escala 6×1. O estudo evidencia que há adesão significativa tanto de indivíduos de esquerda quanto de direita à medida.
De acordo com o levantamento, 81,3% das pessoas que se identificam com a esquerda apoiam a proposta, enquanto 59,4% dos que se dizem de direita também são favoráveis.
O apoio cresce quando os entrevistados são expostos a argumentos positivos sobre a mudança na legislação trabalhista: 91,3% dos de esquerda e 71,5% dos de direita se mostram favoráveis após conhecerem esses argumentos.
A questão é particularmente popular entre as mulheres, com 86% manifestando apoio, em contraste com 76% de apoio registrado entre os homens. O conhecimento sobre a proposta é alto, com 89% dos entrevistados cientes da discussão em curso na Câmara dos Deputados.
Além disso, 65,8% dos participantes acreditam que a resistência das empresas ao fim da escala 6×1 é motivada por um desejo de maximizar lucros. A pesquisa também destaca que 68,1% dos entrevistados percebem essa oposição como parte de um padrão histórico de resistência da elite econômica aos avanços nos direitos trabalhistas.
Entre os argumentos a favor do fim da escala, 77,6% dos entrevistados acreditam que mais tempo de descanso poderia aumentar a produtividade dos trabalhadores. Este ponto contraria diretamente um dos principais argumentos das lideranças empresariais contrárias à medida.
Interessantemente, a pesquisa também revelou mudanças na percepção política. Dos entrevistados que votaram em Jair Bolsonaro em 2022, 44,6% disseram se identificar mais com a esquerda após reconhecerem a natureza progressista da proposta.
Em contraste, 64,6% dos apoiadores de direita sentem que sua visão sobre o espectro político piora ao saber que alguns de seus representantes se opõem ao projeto.
Realizada entre 22 e 26 de novembro, a pesquisa entrevistou 3.122 pessoas de todo o Brasil. Os participantes foram recrutados por meio das redes sociais e contribuíram de forma voluntária e anônima, fornecendo dados demográficos, preferências políticas e suas percepções sobre o fim da escala 6×1.