Uma nova pesquisa realizada pela Genial/Quaest com executivos e economistas do mercado financeiro revelou um crescente descontentamento com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O estudo, que entrevistou 105 profissionais de fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro, mostra que 90% dos entrevistados desaprovam a administração atual, um aumento significativo em relação aos 64% registrados em março.
A percepção negativa é amplamente influenciada pela política econômica do governo, com 96% dos entrevistados acreditando que as medidas econômicas do país estão indo na direção errada. Além disso, 88% dos participantes projetam uma deterioração do cenário econômico nos próximos meses.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também está sob escrutínio. Sua aprovação caiu de 50% para 41%, enquanto a desaprovação dobrou de 12% para 24% desde março. O levantamento indica que 61% dos profissionais do mercado financeiro veem Haddad com menos influência agora do que no início de seu mandato.
As recentes medidas fiscais anunciadas pelo governo também foram mal recebidas, com 58% dos entrevistados considerando o pacote fiscal “nada satisfatório”.
Ainda assim, 88% reconhecem que as ações propostas são favoráveis ao cumprimento da regra de gastos do arcabouço fiscal. As mudanças nos benefícios militares, incluindo o fim da ‘morte ficta’ e da transferência de pensão militar, são altamente apoiadas, com cerca de 99% de aprovação.
No entanto, a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês é vista negativamente, com 85% dos entrevistados acreditando que prejudicará a economia brasileira.
Além disso, 67% dos executivos planejam aumentar seus investimentos no exterior, enquanto apenas 3% consideram reduzir.
A credibilidade do novo arcabouço fiscal é questionada por 58% dos entrevistados, e uma grande maioria (71%) não acredita que o governo se preocupa com o equilíbrio fiscal, pensando mais na popularidade do presidente.
Apesar das críticas, 78% dos entrevistados acreditam que a economia está operando acima do potencial, e uma parcela significativa atribui o iminente crescimento do PIB às ações do governo Lula.
Confiança no presidente é baixa, com apenas 3% dos profissionais do mercado financeiro expressando alto grau de confiança em Lula. Em contraste, figuras como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mantêm alta confiança entre os entrevistados.
A pesquisa foi conduzida entre 29 de novembro e 3 de dezembro, através de entrevistas online com gestores, economistas e analistas do mercado financeiro.