O Ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, submeteu sua renúncia ao presidente Yoon Suk Yeol, conforme reportado pela Agência Yonhap.
A decisão segue um período de intensa pressão política e críticas sobre a gestão de uma recente tentativa de instauração de lei marcial no país, que foi rapidamente revogada.
A renúncia de Kim foi motivada por um decreto de lei marcial que ele apoiou, causando tumulto político e preocupações quanto às implicações para as instituições democráticas sul-coreanas.
A medida foi anunciada de surpresa pelo presidente Yoon em um discurso transmitido ao vivo pela televisão YTN, na terça-feira, 3. O presidente defendeu a lei marcial como essencial para a preservação da ordem constitucional e a segurança nacional, citando uma suposta ameaça comunista da Coreia do Norte.
Entretanto, o decreto enfrentou forte oposição, inclusive de membros do próprio partido governista, o Partido do Poder Popular. A oposição, liderada pelo Partido Democrático — que detém a maioria no Parlamento —, foi rápida em reagir, rejeitando uma proposta orçamentária e avançando com um pedido de impeachment contra o ministro.
Parlamentares votaram massivamente pela anulação da lei marcial, com 190 votos a favor e nenhum contra, obrigando o presidente Yoon a acatar a decisão da Assembleia Nacional.
Além disso, Kim Yong-hyun enfrenta acusações de traição por parte da oposição, um crime gravíssimo no país, passível de prisão perpétua ou pena de morte, devido ao seu apoio à lei marcial. A CNN reportou que o presidente Yoon deve aceitar a renúncia de Kim antes de decidir sobre sua própria permanência no cargo.
A situação desencadeou um debate nacional sobre os limites do poder executivo e a estabilidade democrática na Coreia do Sul. A crise revela não apenas as tensões políticas internas, mas também o delicado equilíbrio entre segurança nacional e liberdades civis em um país dividido por uma longa história de conflitos com seu vizinho do norte.