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Ato dos 10 anos do coletivo de familiares de desparecidos na ditadura militar

por Bruno Falci, militante dos Filhos e Netos por Memoria, Verdade e Justiça e da Associación Madres de la Plaza de Mayo O coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça vai celebrar os 10 anos de sua fundação no Auditório 111, situado no 11º andar da Universidade do Estado do Rio de Janeiro […]

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Fotos: Acervo/Arquivo Nacional e Marcelo Camargo/Agência Brasil

por Bruno Falci, militante dos Filhos e Netos por Memoria, Verdade e Justiça e da Associación Madres de la Plaza de Mayo

O coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça vai celebrar os 10 anos de sua fundação no Auditório 111, situado no 11º andar da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no dia 5 de dezembro, quinta-feira, a partir das 17 horas. Fundado no Rio de Janeiro no dia 5 de dezembro de 2014, hoje é um coletivo nacional independente e suprapartidário de Direitos Humanos. Formado por familiares de mortos, desaparecidos, torturados e perseguidos políticos, sempre se dedicou e dedica-se à defesa dos Direitos Humanos e ao combate à violência de Estado, nos últimos 10 anos.

Formado por familiares de mortos, desaparecidos, torturados e perseguidos políticos, sempre se dedicou e dedica-se à defesa dos Direitos Humanos e ao combate à violência de Estado, nos últimos 10 anos.


A entidade realiza atos públicos, pesquisa e projetos ligados ao tema da memória, verdade e justiça e da violência estatal de ontem e hoje. Segundo seus organizadores, o grupo reúne parentes e amigos de afetados pela Ditadura Civil-Militar: filhas e filhos, netos e netas, sobrinhas e sobrinhos. A história dessas lutas não são herança familiar isolada, mas de toda sociedade.

Especificamente, o coletivo luta para promover a justiça de transição de forma plena, ainda longe de ser concluída no país. e afirma:


“Definitivamente, o fim da Ditadura Civil-Militar não ocorreu no final dos anos 1970 e na primeira metade dos 80. Em termos político-econômicos, a ditadura segue forte, transmutada em outras formas de dominação e violência. Nos últimos anos, os defensores da ditadura retornaram com força e brutalidade ao espaço público, sem o menor pudor de defender o que há de pior em termos econômicos, políticos, sociais e culturais.

Em termos psicossomáticos e emocionais, Ditadura Civil-Militar também permanece com muita força. Os danos infringidos contra os brasileiros e brasileiras nos anos 1960, 1970 e 1980, permaneceram em suas vítimas, sendo transmitidos às novas gerações”.


“Em um período conturbado em que os frágeis valores democráticos do país estão sendo ameaçados por movimentos golpistas de extrema-direita, o coletivo Filhos e Netos por Memória, Verdade e Justiça acentua: “Não tratado, toda extensão do trauma produzido pela repressão reproduz-se cotidianamente. É preciso chamar atenção para os danos transgeracionais, que permitem a manutenção da violência de Estado na vida das famílias atingidas pela repressão”.


O ato comemorativo torna-se ainda mais necessário no cenário brasileiro atual quando a Polícia Federal que concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou no plano de um golpe de Estado e que tinha conhecimento de um plano para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.


O relatório da PF indiciou 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Nessa trajetória, Militares golpistas discutiram a instalação de um campo de prisioneiros de guerra, sendo que foi sugerido a denominação de Auschwitz, nome do mais mortal e famoso campo de concentração nazista, onde foram assassinadas um milhão de pessoas.

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