O Brasil mantém uma postura cautelosa em relação ao ingresso no projeto “Cinturão e Rota”, uma iniciativa de investimento trilionário lançada pela China em 2013 para expandir sua influência comercial global.
Apesar das negociações intensificadas durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil para a Cúpula do G20 em novembro, não houve um acordo formal, levantando questões sobre a hesitação brasileira.
O projeto “Cinturão e Rota”, também conhecido como “Nova Rota da Seda”, visa construir infraestrutura significativa e fortalecer os laços comerciais, abrangendo desde a Ásia até a Europa, e se expandindo para a África, Oceania e América Latina.
Com investimentos que já somam entre US$ 890 bilhões e US$ 1 trilhão desde seu início, o foco tem sido em projetos de infraestrutura de grande escala, como rodovias, ferrovias e oleodutos.
Contrastando com a postura nacional, o estado de Goiás demonstra uma abordagem mais proativa. A Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás (SIC) tem feito viagens frequentes à China, buscando fechar acordos diretos com empresas chinesas.
Essas iniciativas já resultaram em investimentos significativos, como o anúncio de um novo investimento de mais de U$ 400 milhões da Fufeng Group, líder em biofermentação, para a construção de uma fábrica em Goiás.
Esses investimentos são vitais para a diversificação econômica do estado, que historicamente depende do agronegócio. Segundo Joel Sant’Anna, secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás, a parceria com a China é fundamental, já que o país asiático absorve cerca de 56% da produção estadual.
A chegada de fábricas chinesas tem impulsionado o emprego e a renda locais, com a geração de milhares de empregos em áreas como mineração e tecnologia.
Além disso, Goiás tem aproveitado a transferência de tecnologia, como no caso dos drones usados para combate a incêndios e planos para eletrificação de transportes públicos, que demonstram os benefícios mútuos da cooperação técnica.
Enquanto o Brasil como um todo permanece reticente, Goiás exemplifica como a participação ativa no “Cinturão e Rota” pode trazer benefícios tangíveis e significativos para o desenvolvimento regional.
A SIC continua a buscar a expansão industrial para reduzir a dependência do agronegócio, proporcionando empregos melhor remunerados e estimulando o crescimento econômico local.
A resistência brasileira ao projeto pode ser atribuída a uma mistura de fatores, incluindo a tradicional diplomacia cautelosa do país, o cenário internacional instável, e uma percepção de que a adesão pode não trazer ganhos significativos para o Brasil.
Enquanto isso, Goiás segue aproveitando as oportunidades, mostrando que a integração com iniciativas globais como o “Cinturão e Rota” pode ser uma estratégia eficaz para o desenvolvimento econômico e tecnológico.
Com informações do Jornal Opção
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