Papa Francisco propõe avaliação internacional sobre possível genocídio em Gaza

Vatican Media/via Reuters

O papa Francisco sugeriu que a comunidade internacional examine se a operação militar de Israel na Faixa de Gaza configura um genocídio contra o povo palestino. As declarações do pontífice, consideradas as mais diretas sobre a conduta israelense, aparecem em trechos de um novo livro, publicados neste domingo pelo jornal italiano La Stampa.

Francisco destacou que especialistas internacionais afirmam que “o que está acontecendo em Gaza tem as características de um genocídio”. Ele defendeu uma análise técnica para determinar se os eventos na região se enquadram na definição jurídica de genocídio, conforme formulado por juristas e organizações internacionais. “Devemos investigar cuidadosamente para avaliar se isso se encaixa na definição técnica (de genocídio)”, afirmou o papa.

Resposta de Israel e contexto jurídico

Israel rejeita categoricamente as alegações de genocídio. O Ministério das Relações Exteriores do país não respondeu imediatamente às declarações do pontífice. Em uma ação relacionada, a África do Sul abriu um processo contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em dezembro de 2022, alegando violações à Convenção sobre o Genocídio. Em janeiro deste ano, os juízes do tribunal ordenaram que Israel assegurasse que suas tropas não realizassem atos genocidas, mas ainda não decidiram sobre o mérito da acusação.

Posição do Vaticano

O Vaticano não comentou oficialmente as declarações de Francisco, mas publicou os trechos do livro em seu site oficial. O papa, líder de uma Igreja Católica com 1,4 bilhão de fiéis, tem historicamente evitado tomar partido em conflitos internacionais, priorizando esforços de desescalada. Contudo, nos últimos meses, ele tem intensificado suas críticas à atuação de Israel em sua guerra contra o Hamas.

As declarações de Francisco colocam em evidência a questão humanitária em Gaza, enquanto a comunidade internacional segue dividida sobre o conflito e suas implicações legais. O Tribunal Internacional de Justiça ainda não estabeleceu um prazo para a decisão final no caso contra Israel.

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