Um áudio divulgado recentemente revelou que o deputado federal e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello (PL-RJ), teria sugerido ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uma intervenção inconstitucional após as eleições de 2022.
A gravação foi enviada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ao então comandante do Exército, Freire Gomes, e foi incorporada aos documentos da operação Contragolpe, executada pela Polícia Federal (PF) em 19 de novembro.
Segundo o relato de Mauro Cid no áudio, Pazuello visitou o Palácio da Alvorada logo após a divulgação dos resultados eleitorais para discutir o uso do artigo 142 da Constituição Federal, que tem sido equivocadamente interpretado como uma permissão para intervenção militar.
Cid afirmou que Bolsonaro, porém, não acolheu a sugestão de Pazuello. “Desconversou, não quis nem saber. Não deu bola, né… para o que o general Pazuello estava levando pra ele”, relatou Cid na mensagem.
Embora Pazuello não figure entre os 37 indiciados pela PF por tentativas de golpe de Estado, a operação Contragolpe resultou na detenção de diversos militares e um policial federal, todos acusados de conspirar para derrubar o governo e realizar atentados contra figuras públicas, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Dentre os presos estava o general Mario Fernandes, que serviu como assessor de Pazuello na Câmara dos Deputados de março de 2023 a março de 2024.
Após as prisões, Pazuello divulgou uma nota rejeitando qualquer envolvimento com os eventos investigados e expressou surpresa com as detenções, afirmando que foi informado pela imprensa. “O deputado reafirma sua crença nas instituições do país e na idoneidade do general Mário Fernandes, na certeza de que logo tudo será esclarecido”, comunicou.
Antes de sua eleição como deputado federal, Eduardo Pazuello comandou o Ministério da Saúde entre 2020 e 2021, período marcante da pandemia de Covid-19 no Brasil. Sua gestão enfrentou críticas por demoras na aquisição de vacinas e controvérsias sobre as estratégias adotadas no combate à crise sanitária.
Com informações do Metrópoles