Decisão de Moraes de proibir contato entre Bolsonaro e Valdemar é vista pelo PL como fator decisivo nas derrotas nas eleições municipais
As derrotas do ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições municipais continuam gerando discussões no PL, com lideranças apontando responsabilidades. Entre os fatores mencionados, surge o papel de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), cuja decisão de proibir o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de se comunicar diretamente com Bolsonaro, teria influenciado nos resultados desfavoráveis.
Segundo o Blog da Malu Gaspar, lideranças próximas a Valdemar, a falta de diálogo foi crucial.
“Alexandre foi gênio quando deixou um longe do outro durante toda a eleição. Valdemar é o único que fala de igual para igual com Bolsonaro no partido. Sem poder conversar, ficou difícil ir ajustando a rota, principalmente no caso dos candidatos mais radicais”, comentou um aliado de longa data de Costa Neto.
Entre as estratégias questionadas estão o lançamento de Fred Rodrigues em Goiânia contra Sandro Mabel, apoiado pelo governador Ronaldo Caiado, que resultou em derrota e racha político; a campanha de Bruno Engler em Belo Horizonte, marcada por um discurso mais radical, e o apoio a Cristina Graeml em Curitiba, que perdeu para Eduardo Pimentel, candidato de Ratinho Junior.
Para membros do PL, a presença de Valdemar poderia ter evitado algumas dessas escolhas e, possivelmente, as derrotas.
“Valdemar é um dos poucos capazes de demover Bolsonaro de ideias ruins”, afirmou um interlocutor próximo.
Contudo, sem o contato direto, as decisões ficaram sem ajuste de rota, e Moraes acabou figurando como um dos responsáveis indiretos pelos fracassos na visão de aliados do ex-presidente.