O governo britânico anunciou, nesta quarta-feira, 20, um plano para retirar de operação cinco navios de guerra, dezenas de helicópteros e drones, como parte de medidas destinadas a enfrentar um déficit bilionário no orçamento de defesa. A declaração foi feita pelo secretário de Defesa, John Healey, durante sessão no Parlamento.
Cortes Necessários
Healey afirmou que “decisões difíceis são necessárias” para garantir a segurança do país em um cenário global marcado por “crescentes ameaças”, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.
O secretário reconheceu as “graves pressões financeiras no orçamento de defesa” e apresentou uma lista de equipamentos que serão desativados nos próximos anos.
Entre os navios que serão retirados estão os anfíbios HMS Albion e HMS Bulwark, os navios auxiliares RFA Wave Knight e RFA Wave Ruler — responsáveis pelo suporte logístico da frota naval —, além da fragata HMS Northumberland.
No setor aéreo, o Exército britânico descomissionará 14 helicópteros Chinook e 17 Puma, utilizados para transporte, além de 46 drones Watchkeeper, que sairão de serviço em março de 2025, menos de 15 anos após sua introdução, em 2010.
Ajustes Orçamentários
O secretário anunciou um aporte adicional de 2,9 bilhões de libras esterlinas no orçamento da Defesa para o período 2025-2026, com o objetivo de estabilizar a situação financeira do setor. Segundo Healey, o governo também planeja destinar 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido para defesa em médio prazo.
A medida ocorre após um alerta do Serviço Nacional de Auditoria, emitido em dezembro de 2023, que identificou um déficit de 16,9 bilhões de libras esterlinas no orçamento militar, mesmo com a previsão de investimentos de 46,3 bilhões de libras entre 2023 e 2033.
Impactos e Futuro
Healey também sugeriu que novos cortes podem ser anunciados, dependendo da evolução do planejamento estratégico e das condições econômicas.
A decisão de descomissionar equipamentos foi descrita como necessária para garantir o funcionamento sustentável das Forças Armadas em um cenário de restrições orçamentárias.
Os ajustes refletem a busca do governo por equilibrar a manutenção das capacidades militares com a responsabilidade fiscal, em um contexto de crescente demanda por investimentos em segurança nacional e em resposta às tensões globais.
O governo ainda não detalhou quais serão as próximas medidas, mas analistas apontam que a retirada de ativos militares estratégicos poderá ter impacto no alcance operacional das Forças Armadas do Reino Unido nos próximos anos.