O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem planos de retirar o país novamente do Acordo de Paris, um importante pacto climático global estabelecido em 2015. Esta informação foi divulgada pelo Politico, que também analisou as potenciais repercussões dessa decisão tanto para a política internacional quanto para os esforços globais de combate às mudanças climáticas.
A primeira saída dos EUA do acordo ocorreu em 2017, quando Trump justificou a decisão alegando defender os interesses do “povo de Pittsburgh, não de Paris”.
Esse ato foi recebido com alarme pela comunidade internacional, levantando preocupações de que outros países pudessem seguir o exemplo americano e abandonar o acordo, que não impõe penalidades aos signatários que falham em atingir suas metas de redução de emissões.
Apesar da reintegração dos EUA ao Acordo de Paris em 2021 sob a administração de Joe Biden, que se comprometeu a reduzir as emissões de carbono do país pela metade até 2030 em relação aos níveis de 2005, os EUA ainda estão aquém do necessário para cumprir essas metas.
Segundo Todd Stern, ex-enviado climático dos EUA e uma das figuras chave na formulação do acordo, o cenário atual é diferente, e ele se diz surpreso com a possibilidade de outros países se retirarem do pacto nesta fase.
A possível nova saída dos EUA, conforme discutida por Trump, poderia enfraquecer a liderança global na questão climática. Alden Meyer, especialista em política climática da E3G, destacou que isso poderia diminuir a ambição de nações como China, Índia e alguns países europeus, que enfrentam pressões internas para continuar a dependência de combustíveis fósseis.
Esta retirada seria particularmente significativa agora, pois as nações signatárias do Acordo de Paris estão agendadas para apresentar novos planos de ação climática em fevereiro.
A falta de um compromisso firme dos EUA pode desencorajar outros países de assumirem metas mais ambiciosas. Além disso, a próxima COP29 testará a resiliência do acordo e a vontade das nações de manter seus compromissos financeiros, que podem chegar a US$ 1 trilhão anualmente.
A potencial reeleição de Trump e a subsequente retirada dos EUA do acordo climático poderiam ter repercussões duradouras, reduzindo a eficácia dos esforços globais para combater o aquecimento global, especialmente em um momento em que desastres naturais relacionados às mudanças climáticas se tornam mais frequentes e devastadores.