Com uma postura firme, o BRICS está redesenhando o equilíbrio global, fortalecendo soberanias e mostrando que cooperação entre nações emergentes pode criar um futuro mais justo
O mundo está testemunhando uma transição da unipolaridade para a multipolaridade, afirmou Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, durante um evento da Sputnik em Nova Déli, Índia. A mudança, segundo ele, é impulsionada por iniciativas como o BRICS, que desafiam sistemas de poder dominados e combatem práticas neocoloniais.
No evento intitulado “Novas avenidas para cooperação entre a mídia indiana e russa: impulsionando os laços entre pessoas entre a Índia e a Rússia”, Peskov destacou que a nova ordem mundial deve ser baseada em “respeito mútuo, rejeitar quaisquer sinais de neocolonialismo e remover ameaças a diferentes países.”
Ele argumentou que é essencial permitir que nações resolvam seus próprios problemas sem interferências externas.
De acordo com Peskov, o BRICS desempenha um papel crucial ao combater tentativas de implementar sistemas neocoloniais. Como exemplo, ele citou a pressão sem precedentes, e muitas vezes “imperdoável”, que a Índia enfrenta dos Estados Unidos.
Em contraste, ele elogiou a postura da Rússia, que não busca “dar sermões” à Índia sobre questões como seu desacordo fronteiriço com a China, assim como não interfere nas políticas chinesas em relação à Índia.
“A Rússia valoriza seu relacionamento com a Índia e a China. Quando a Rússia diz mundo multipolar, é isso mesmo. A Rússia não interfere em assuntos regionais e nem a América deveria”, destacou Peskov.
O porta-voz do Kremlin reforçou que o BRICS exemplifica um modelo de cooperação que rejeita o controle unilateral e promove soluções conjuntas para desafios globais.
Essa abordagem desafia diretamente o que ele descreveu como o comportamento intervencionista dos Estados Unidos, particularmente em situações como a crise na Ucrânia.
Sobre a postura dos EUA, Peskov afirmou que a Rússia está aberta a uma proposta de paz do presidente eleito Donald Trump para o conflito na Ucrânia.
Ele, no entanto, acusou o governo Biden de “defender a guerra, não a paz”, referindo-se a recentes autorizações para ataques profundos em território russo.
Por fim, Dmitry Kiselev, diretor-geral da Rossiya Segodnya, grupo-mãe da Sputnik, comentou sobre a tensão entre Rússia e OTAN, destacando que a resposta de Vladimir Putin incluiu uma nova doutrina nuclear.
Essa política considera ataques de estados não nucleares apoiados por potências nucleares como atos de agressão conjunta.
Com o fortalecimento do BRICS e sua rejeição ao neocolonialismo, o bloco se posiciona como um pilar na transição para um mundo multipolar, redefinindo as dinâmicas de poder globais e promovendo uma governança mais equitativa.
Com informações da Sputnik e Global Times*