Lula desafia potências no G20, pede metas climáticas mais ambiciosas e propõe tributar multimilionários para combater a fome global
O presidente Lula (PT) abriu o segundo dia do G20 nesta terça-feira (19) com um apelo a mais ações para abrandar o aquecimento global, destacando que os países desenvolvidos devem acelerar seus esforços para reduzir as emissões nocivas.
Lula centrou a sessão nos desafios ambientais, afirmando que as nações ricas devem considerar antecipar suas metas de redução de emissões de 2050 para 2040 ou 2045.
“O G20 é responsável por 80% das emissões de gases com efeito de estufa”, afirmou Lula. “Mesmo que não estejamos a caminhar na mesma velocidade, todos nós podemos dar mais um passo”.
Durante a cimeira, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, os líderes do G20 discutiram mudanças na ordem mundial, desde o aumento das tensões globais até as transformações na cena política internacional.
A agenda centrou-se nos esforços para reforçar a cooperação multilateral antes da posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, em janeiro.
Os dirigentes da União Europeia também aproveitaram a oportunidade para realizar reuniões bilaterais à margem da cimeira.
Em uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping, o presidente francês Emmanuel Macron reafirmou o compromisso da França de fortalecer as relações com a China, destacando que os dois países compartilham pontos de vista sobre a promoção da paz na Ucrânia.
“O mundo em que vivemos, como acabou de nos lembrar, é feito de instabilidades, tensões e guerras crescentes. E acredito que partilhamos verdadeiramente uma visão comum no que se refere à defesa da Carta das Nações Unidas e à promoção de uma agenda de paz”, disse Macron a Jinping.
“Estamos no 1.000º dia da guerra de agressão lançada pela Rússia contra a Ucrânia, e sei que compartilha, como nós, o desejo de uma paz duradoura, respeitosa da Carta das Nações Unidas, e que partilha, como nós, a mesma preocupação com as declarações belicosas e de escalada da doutrina nuclear da Rússia”, acrescentou Macron.
Uma declaração conjunta assinada pelos representantes dos países do G20 na segunda-feira à noite apelou à assistência humanitária urgente e à melhor proteção dos civis afetados pelos conflitos no Oriente Médio, além de reafirmar o direito dos palestinos à autodeterminação.
A declaração também incluiu a proposta do Brasil de tributar em 2% os rendimentos dos multimilionários, centrou-se em formas de erradicar a fome no mundo e comprometeu-se a trabalhar para uma “reforma transformadora” do Conselho de Segurança da ONU.
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