A Ford revelou nesta quarta-feira, 20, a eliminação de 4 mil empregos em suas operações na Europa, representando um corte de 14% do seu quadro no continente.
A montadora americana também revisou para baixo as expectativas de produção para os modelos elétricos Explorer e Capri.
Esses cortes afetarão principalmente os funcionários na Alemanha e no Reino Unido, com impactos menores em outros mercados europeus.
A decisão faz parte dos esforços para ajustar as operações diante dos desafios econômicos e da falta de políticas de incentivo à mobilidade elétrica.
A produção dos modelos Explorer e Capri ocorre na fábrica da Ford em Colônia, Alemanha, que é fundamental para a estratégia da empresa de se tornar totalmente elétrica na Europa até 2030. No entanto, essa transição tem enfrentado barreiras significativas.
“Na Europa e Alemanha, faltam políticas claras para promover a mobilidade elétrica, incluindo investimentos em infraestrutura de carregamento e incentivos fiscais para os consumidores”, afirmou John Lawler, CFO da Ford.
O mercado europeu de veículos elétricos (EV) apresenta sinais de retração, com um declínio notável nas vendas, especialmente na Alemanha, onde o número de novos EVs vendidos caiu quase 37% em julho de 2024, comparado ao mesmo mês do ano anterior.
Este cenário piorou após o governo alemão encerrar um programa que oferecia subsídios de até €6.000 para a compra de novos carros elétricos e híbridos plug-in.
A participação da Ford no mercado europeu de carros de passeio também diminuiu, passando de 4,1% nos primeiros nove meses do ano passado para 3,3% no mesmo período deste ano, de acordo com dados da Bloomberg.
Além disso, a empresa pausou recentemente a produção de sua picape elétrica F-150 Lightning até depois do ano novo, uma resposta à demanda mais fraca que a esperada.
A concorrência crescente de montadoras chinesas também tem sido um fator de pressão, levando ao aumento das tarifas europeias sobre importações chinesas para tentar equilibrar a competição no mercado de EVs no continente.
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