Os títulos argentinos denominados em dólar registraram alta nas primeiras negociações desta quarta-feira, refletindo o otimismo dos investidores após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Paralelamente, o índice de risco país da Argentina experimentou uma queda significativa, alcançando o menor nível em cinco anos, situando-se em pouco mais de 880 pontos-base.
A melhoria nos indicadores financeiros da Argentina coincide com a gestão do presidente Javier Milei, conhecido por suas políticas pró-mercado e austeras. Milei, economista e ex-comentarista de TV, é frequentemente comparado a Trump pelo seu estilo direto e energético. A eleição de Trump, que ocorreu na terça-feira, é vista como um fator positivo para a continuidade das reformas econômicas na Argentina.
Na capital argentina, Buenos Aires, a vitória de Trump é percebida como benéfica para a economia do país. “Parece-me que eles vão se dar bem”, comentou Micaela Saracero, uma moradora local de 29 anos, referindo-se a Milei e Trump. “Em termos econômicos, isso pode ter um grande impacto na Argentina.”
Os laços estreitos entre Milei e Trump podem ser cruciais para o futuro econômico da Argentina, especialmente considerando o programa de empréstimo de 44 bilhões de dólares do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os Estados Unidos, detentores do maior poder de voto na instituição, desempenharão um papel chave nas discussões de um novo programa esperado para o próximo ano.
No entanto, alguns analistas alertam para possíveis repercussões negativas. O Goldman Sachs em um relatório recente indicou que a vitória de Trump poderia intensificar a pressão sobre a moeda argentina.
“Os argentinos ainda não perceberam, mas uma vitória de Trump, que significaria tarifas dos EUA sobre a China e outros países, exercerá uma enorme pressão depreciativa sobre o peso”, explicou o relatório.
Este cenário complexo destaca os desafios e oportunidades que a Argentina enfrenta no ambiente econômico global, especialmente em termos de política externa e fiscal sob a liderança de figuras tão dinâmicas como Milei e Trump.
Com informações da Reuters