A recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos trouxe um novo alento aos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil, de acordo com fontes próximas ouvidas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha.
Esta vitória é vista como um possível catalisador para revitalizar os esforços a fim de tornar Bolsonaro elegível para as eleições presidenciais de 2026, apesar de ele ter sido declarado inelegível pela Justiça brasileira.
A especulação gira em torno da influência que a mudança no governo americano poderia exercer sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, que tem a autoridade final sobre os direitos políticos de Bolsonaro, incluindo a possibilidade de anistias.
Interlocutores acreditam que o STF pode enfrentar pressões intensificadas, especialmente com o apoio de figuras como Trump e o empresário Elon Musk, proprietário da rede social X (anteriormente Twitter).
Elon Musk, que tem criticado abertamente o ministro Alexandre de Moraes do STF, parece ter se fortalecido após as eleições americanas, tendo sido visto em um jantar organizado por Trump na Flórida, evento que também contou com a presença de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente brasileiro e deputado pelo PL-SP. Esta proximidade sugere uma possível coordenação de estratégias que poderiam impactar o cenário político brasileiro.
Durante a administração de Joe Biden, tentativas de exercer influência sobre o STF foram consideradas ineficazes. No entanto, com os Republicanos agora no controle do Congresso americano, a situação pode mudar. Isso poderia levar a medidas que restringiriam a movimentação internacional de figuras como Moraes, além da possibilidade de sanções econômicas ao Brasil.
A nova dinâmica política nos EUA poderia, portanto, facilitar a aprovação de uma anistia para Bolsonaro no Congresso brasileiro, permitindo que o STF não imponha barreiras à sua elegibilidade para as próximas eleições presidenciais. Essas expectativas refletem um cenário de incerteza e tensão política tanto nos EUA quanto no Brasil, com implicações diretas para a governança e as relações internacionais entre os dois países.