Indústria chinesa de semicondutores surpreende: otimismo cresce apesar de sanções dos EUA e aposta na autossuficiência tecnológica!
Apesar dos desafios impostos pelo bloqueio tecnológico liderado pelos EUA e pelas diversas formas de pressão internacional, a confiança na indústria de semicondutores da China se fortaleceu significativamente, impulsionada por avanços encorajadores e forte apoio político.
O Índice de Semicondutores CSI registrou um aumento de 6,84% na segunda-feira, atingindo seu nível mais alto desde dezembro de 2021, enquanto o Índice de Circuitos Integrados CSI avançou 5,44% no mesmo dia.
Os ganhos expressivos ocorreram logo após a notícia de que o Departamento de Comércio dos EUA enviou uma carta à TSMC no fim de semana, impondo restrições à exportação de chips avançados – com 7 nanômetros ou designs mais sofisticados – destinados a clientes na China continental, conforme relatado pelo South China Morning Post.
Surpreendentemente, a reação inicial do mercado superou as expectativas de muitos analistas. Em vez de pânico, os investidores demonstraram otimismo, acreditando que a pressão externa funcionaria como catalisador para acelerar a autossuficiência e estimular a inovação independente das empresas chinesas no setor de semicondutores.
Essa resposta positiva do mercado reflete não apenas a confiança no progresso já alcançado pela indústria chinesa, mas também as altas expectativas sobre seu potencial de desenvolvimento, especialmente em áreas como inovação tecnológica, otimização e modernização da cadeia de suprimentos.
Nos últimos anos, os EUA intensificaram os controles de exportação de tecnologia avançada e produtos correlatos para a China, criando obstáculos significativos para a indústria de semicondutores chinesa.
Contudo, é justamente diante dessas adversidades que as empresas chinesas têm demonstrado notável resiliência e capacidade de autodesenvolvimento. Em meio à pressão externa, a taxa de autossuficiência do setor tem aumentado de forma constante.
Essa tendência indica, no mínimo, que a posição da China na indústria global de semicondutores está se fortalecendo gradualmente, refletindo avanços mais rápidos em inovação e localização tecnológica.
Com o mercado global de semicondutores projetado para ultrapassar US$ 1 trilhão até 2030, o potencial de crescimento do mercado chinês é substancial e não pode ser ignorado. Isso apresenta uma oportunidade significativa para promover a inovação independente na indústria chinesa.
Além de ampliar os esforços em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e fomentar a produção doméstica, a China também está acelerando a aquisição de equipamentos de fabricação de semicondutores.
Segundo os dados mais recentes da SEMI, os gastos chineses com esses equipamentos atingiram um recorde de US$ 25 bilhões no primeiro semestre de 2024, superando os dos EUA e da Coreia do Sul.
Em meio a uma desaceleração econômica global, a China foi o único país a registrar aumento ano a ano nos gastos com equipamentos de fabricação de chips durante o primeiro semestre. Esses números destacam a determinação da indústria chinesa em expandir sua capacidade produtiva e desenvolver novas tecnologias.
Embora as empresas chinesas tenham alcançado avanços notáveis no mercado de semicondutores de médio e baixo custo, desafios significativos permanecem para atingir a liderança em tecnologia de ponta.
Os controles de exportação dos EUA, embora impulsionem a inovação independente no curto prazo, representam um obstáculo considerável a longo prazo, especialmente no que diz respeito à tecnologia avançada.
Por exemplo, ainda existe uma lacuna considerável entre as capacidades tecnológicas da China e os equipamentos de litografia mais sofisticados do mundo.
Caso os avanços esperados em tecnologias-chave, como máquinas de litografia produzidas internamente, não se concretizem, isso poderá prejudicar os planos de expansão e produção das fabricantes nacionais.
A trajetória das empresas chinesas em direção ao segmento de tecnologia de ponta é longa e desafiadora.
Por um lado, é necessário intensificar os investimentos em P&D, priorizando avanços em tecnologias críticas e fortalecendo capacidades autossuficientes. Isso exige esforços coordenados entre empresas, governo, universidades e instituições de pesquisa.
Por outro lado, é fundamental reforçar a cooperação internacional, participando ativamente do desenvolvimento da cadeia global de semicondutores.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!