O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou publicamente a discussão em torno de possíveis mudanças na jornada de trabalho 6×1, que tem sido levantada por partidos como PT, PSOL e PCdoB.
Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Bolsonaro classificou a pauta como uma tentativa de “desconectar” lideranças políticas dos interesses da população e afirmou que essa proposta coloca “patrão contra empregado”, o que, em sua visão, pode trazer prejuízos para o Brasil.
Bolsonaro expressou sua opinião sobre o tema ao comentar que a proposta representa uma ameaça a um dos princípios trabalhistas descritos na Constituição Federal, especificamente no artigo 7º, que regulamenta os direitos dos trabalhadores no país.
Ele criticou a iniciativa como um esforço de partidos que, segundo ele, estariam “perdidos” e “desconectados” da realidade econômica.
“Eles tentam pegar muita gente desinformada, que está na base do mercado de trabalho ou desempregada, e falam: ‘vamos passar para quatro dias de trabalho e três de folga’. É muito bonito isso aí”, declarou o ex-mandatário.
Bolsonaro também fez uma analogia entre a discussão sobre a jornada de trabalho e o tema da ideologia de gênero, sugerindo que ambas as pautas têm origens em “manobras políticas”.
“É preciso ver as origens das questões. Como nasceu a ideologia de gênero, por exemplo? Em 2009, com um decreto do Lula. Essa questão da jornada também tenta maquiar a realidade”, afirmou.
Durante a entrevista, o ex-presidente citou uma proposta elaborada junto ao ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, chamada “Minha Primeira Empresa”, e explicou que a medida permitiria que cidadãos insatisfeitos com seus salários e jornadas pudessem abrir seus próprios negócios.
“Para quem reclama do salário ou da jornada de trabalho, vai poder criar sua empresa, pagar R$ 10 mil ou R$ 20 mil por mês e dar três dias de trabalho por semana”, acrescentou Bolsonaro.
A proposta, que vem sendo defendida por partidos da esquerda, visa alterar o modelo de jornada semanal para oferecer aos trabalhadores três dias de descanso para quatro de trabalho.
A ideia tem ganhado apoio de setores do governo e de representantes dos trabalhadores, mas enfrenta resistência de setores produtivos e empresariais.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da jornada 6×1 foi apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e precisa do apoio de pelo menos 171 deputados para ser formalmente debatida na Câmara dos Deputados.
Na opinião de Bolsonaro, a iniciativa seria uma forma de conquistar eleitores a partir de um discurso que opõe patrões e empregados.
“O PT sempre quer fazer isso, jogando um contra o outro, patrão contra empregado, para buscar simpatia, compaixão, voto. Para voltar a fazer exatamente a mesma coisa que sempre fizeram: ou seja, nada, a não ser afundar o nosso Brasil”, concluiu o ex-presidente.
O debate sobre a proposta reflete uma divisão entre diferentes setores sociais e econômicos. Grupos favoráveis à medida argumentam que a flexibilização da jornada poderá trazer mais qualidade de vida aos trabalhadores e contribuir para uma maior produtividade, enquanto críticos alegam que a mudança pode comprometer a competitividade e elevar custos para as empresas, afetando especialmente o setor de serviços.
Para prosseguir com a tramitação da PEC, a deputada Erika Hilton e seus apoiadores precisam garantir o mínimo de 171 assinaturas de parlamentares. Caso essa etapa inicial seja superada, a proposta deverá ser analisada por comissões temáticas antes de seguir para votação no plenário da Câmara.
Yuri
13/11/2024 - 13h11
Jà ha acordos entre setores e sindicatos/trabalhadores por tanto é uma discussào inutel, idiota, populista, bananoide, uma perda de tempo para tentar socar um pouco de merda na cabeça oca do “trabaiadò” diante da tragedia deste aglomerado de tranqueiras que chamam de governo.