O deputado federal Guilherme Boulos, uma das lideranças proeminentes da esquerda brasileira, está resistindo às pressões para deixar o PSOL e se filiar ao PT.
Informações obtidas pela coluna de Igor Gadelha, no portal Metrópoles, indicam que Boulos recebeu conselhos de colegas de partido, membros de seu grupo político e familiares para permanecer no PSOL, considerando sua atuação no partido como parte de um projeto de longo prazo.
Segundo fontes próximas, Boulos encontra no PSOL o protagonismo necessário para fortalecer sua liderança, o que poderia ser comprometido em uma eventual filiação ao PT. “Ele está em um processo de reconstrução da esquerda que seria limitado em outra sigla”, disse um interlocutor próximo ao deputado.
A pressão para que Boulos mude de partido aumentou após sua candidatura ao governo de São Paulo. Apesar de não ter vencido, ele conseguiu consolidar sua posição como uma das principais vozes de oposição e uma liderança emergente no estado.
Contudo, a legislação eleitoral brasileira impede a troca de partido para deputados federais fora das “janelas partidárias”, que ocorrem apenas em anos eleitorais. Na prática, Boulos só poderia se filiar ao PT em 2026 sem risco de perder seu mandato, uma possibilidade vista como improvável por seus aliados.
“Achamos difícil que ele saia do PSOL, mesmo em 2026. Ele construiu uma base sólida e tem liberdade para articular propostas e lideranças dentro do partido”, afirmou uma liderança do PSOL. Até 2026, espera-se que Boulos ganhe ainda mais visibilidade e aceitação nacional, reforçando sua posição dentro do PSOL e dificultando uma eventual mudança para o PT.
Estar fora do PT também pode limitar as possibilidades de Boulos ocupar cargos em um governo federal liderado pelo PT, pois o Planalto tende a reservar esses espaços para aliados próximos e de confiança direta do presidente. No entanto, isso não desmotiva Boulos, que está focado em consolidar uma plataforma política com identidade própria e voltada a um eleitorado jovem que busca alternativas aos partidos tradicionais.
Segundo seus aliados, Boulos pretende permanecer como uma alternativa ao PT, atraindo eleitores interessados em renovar a esquerda e se distanciar das polarizações partidárias. Dentro do PSOL, muitos veem em Boulos uma possibilidade real de liderar a esquerda em um cenário pós-Lula, com uma abordagem que combina combatividade com a capacidade de diálogo com setores mais amplos da sociedade.
Ligeiro
09/11/2024 - 12h03
O PSOL nasceu como contraponto ao PT, lembrando que Heloísa Helena e muitos dos outros fundadores são Ex(pulsos do)-PT e sabem dos podres do partido antigo que estiveram. E lembrando do finado Plínio de Arruda, que era posto como “figura folclórica” dado seu jeito de se exprimir, mas na verdade que nunca expuseram ele a fundo e seus ideais, muitas vezes ideais até mais progressistas do que do próprio Lula.
O PSOL pode ter seus problemas, mas (posso estar errado) ao menos é um partido que não posa de falso virtuoso. Sabe o que põe em pauta e luta por ela. Boulos cresceu no PSOL e é justo pensar que ele é parte do partido hoje.
Partidos políticos são uniões de ideias que devem sempre buscar o consenso interno. Boulos me soa alguém que ajuda o PSOL neste consenso. E torço que o PSOL e outros atores da esquerda como a União Popular cresçam muito mais e com isso gerem uma nova geração de progressistas que façam a “massa” se tocar da união que precisamos ser.