Copom sobe a taxa de juros e afunda perspectiva de crescimento econômico

AGÊNCIA BRASIL

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil aumentou nesta quarta-feira, 6, a taxa básica de juros, a Selic, em 50 pontos-base, atingindo 11,25% ao ano. A decisão, tomada de forma unânime pelos nove membros do comitê, estava alinhada com as expectativas do mercado.

O Copom divulgou um comunicado detalhando sua análise sobre o cenário econômico atual e suas implicações para a política monetária. O comitê indicou uma preocupação com uma possível assimetria altista nos riscos inflacionários futuros.

Entre os riscos de alta para a inflação e as expectativas de inflação, o Copom destacou a possibilidade de desancoragem das expectativas de inflação por um período prolongado, maior persistência da inflação de serviços devido a um hiato do produto mais restrito, e o impacto de políticas econômicas externas e internas que possam pressionar a inflação, exemplificado por uma taxa de câmbio mais depreciada de forma persistente.

Por outro lado, o Copom também mencionou riscos de baixa para a inflação, como uma desaceleração mais acentuada da atividade econômica global do que o previsto e os efeitos mais intensos do aperto monetário global na desinflação.

O ambiente internacional foi descrito como desafiador, com destaque para a situação econômica incerta nos Estados Unidos, o que adiciona incertezas sobre a desaceleração da desinflação e as futuras decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed).

O comunicado ressaltou que “os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho.”

No cenário doméstico, o Banco Central observou que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho continuam mostrando dinamismo, com a inflação geral e as medidas subjacentes situando-se acima da meta nas divulgações mais recentes.

As expectativas de inflação para 2024 e 2025, apuradas pela pesquisa Focus, estão em torno de 4,6% e 4,0%, respectivamente. Além disso, a projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, no cenário de referência, é de 3,6%.

Essa decisão do Copom reflete um esforço contínuo para controlar a inflação e ancorar as expectativas inflacionárias, mesmo diante de um panorama econômico global incerto e desafiador.

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